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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Vergonha do presente, saudade do passado-quem diria?

O Barão vai voltar a ter saudades do passado, não do recente, mas, do remoto.
O século XVI nos legou duas alterações de profundo alcance: uma foi a de cunho religioso, incontestável e profundo, a reforma lastreou a Salvação oferecida por Deus ao homem, exclusivamente na fé em Jesus Cristo e enfatizando que a arma para vencer o inimigo é a oração e a presença do Espírito Santo de Deus.
A outra contribuição, igualmente de importância foi a de estender a educação , antes destinada aos nobres, a todos os cidadãos.
A primeira restitui ao homem o acesso a salvação pelo caminho rápido da fé, colocando dessa forma, o sacrifício de Jesus Cristo no lugar planejado por Deus; restituindo a luz espiritual aos homens.
A segunda, promoveu a libertação do homem, desta vez através de abrir o caminho para a luz do intelecto e do conhecimento; se atentarmos bem, veremos que a abertura da escola ao cidadão comum, consolida e promove o caminho da salvação, por romper o grilhões da ignorância, mantidos pelos clérigos de então, promovendo por primeira vez o sentido democrático do sacerdócio universal do crente.
veja este trecho do livro J.H.Merle D"Aubigné, Hist. da Reforma pág.45-Casa Ed. Presbiteriana.
"....Depuraram o clero, demitido todos os padres de vida escandalosa; cederam parte da propriedade da igreja para a manutenção do culto público, e a parte restante, puseram fora do alcance de roubo. Prosseguiram na supressão dos conventos e estabeleceram, em todo o lugar, uma unidade de ensino..."  (escola).
Nesse aspecto nosso país, passa ao largo, embora muito se fale em educação. Basta atentar para as últimas estatísticas sobre o assunto e verificar  a colocação que nosso pais ocupa. Para dizer pouco: vergonhosa. 
Todo esse "imbroglio", começa em casa, quando um grande número de  progenitores acreditam que educar é não deixar nada faltar aos filhos, a escola, embora  cheia de grandes ideais por parte de muitos professores, que recebem uma formação ligada às mais modernas tecnologias, trabalham com teorias importadas distante das realidades do público alvo (alunos); escolas que ainda priorizam o giz, onde o critério de disciplina é algo utópico, aonde o aluno tem todos os direitos e o professor o dever de aprovar; quando este  busca  autoridade para trazer o aluno à razão, ou apanha dele ou é execrado pelos pais. É só prestar atenção nos últimos jornais.
O país passa por um  premência de técnicos para  promover o crescimento econômico; como não podia deixar de ser, a escola se adapta a fornecer esses técnicos, o aluno não recebe  a educação social básica em casa, na escola a educação  formadora é relegada a segundo plano, e enfatiza-se a formação técnica, as humanidades são relegadas ao plano zero.
À criança, ensina-se a ler, escrever e a contar; quando o ensino evolui para cálculo, redação e estudo de coisas mais abstratas; como se diz por aqui:
"A coisa pega."
Daí o número absurdo de analfabetos funcionais.
Quais as consequências disso no caminhar da nossa sociedade?
É o que estamos vendo no dia a dia, a Igreja, no meu entender o único departamento social, que poderia fazer a total diferença, como aconteceu no conturbado mundo do século XVI, onde nobres exerciam seus desmandos econômicos e morais, a igreja de então não ficava atrás, imitando em tudo a ordem civil de quem copiara o sistema, mantendo o povo na ignorância total, não o faz.
Hoje o foco é o crescimento econômico,não só do governo, não sou contra isso,  mas a margem disso estão contingentes enormes de pessoas, aos quais se estende esmolas em todos os sentido, promessas descartáveis, festas, muitas festas, ou seja o velhíssimo: "Panem etc circenses", (pão e circo), a forma com que governaram os velhos imperadores romanos.
A igreja de hoje busca também o crescimento econômico, almeja ganhar o mundo, parece que o céu é utópico e longe demais e não dá lucro,  Deus está a serviço de promover a benção de dar em dobro a oferta que você depositou no altar. Seus ministros estão voando nas asas abençoadas de Jatos para poder esfolar maior número de ovelhas no menor tempo.
Não são mais servos de Deus, mas, Pai, Patriarca (esposa do tal, cuida de vigiar se tem serviçais contratadas, ele pode querer seguir a risca a bíblia...),Apóstolos, Visionários de duzias, Grupos cujos lideres disseram a Deus, quando supostamente estavam em estado de pré morte após um atentado:
-"Senhor não é minha hora.Você precisa de mim na terra"... atenção, é o barro dizendo ao oleiro o que fazer. Essa figura que se arvora a dizer o que Deus deve fazer, (Cesar Castellanos), está querendo transferir sua mazela para o Brasil, pois  parece que na Colômbia, o resultado foi o de ter grande número de seguidores, mas mudança de situação, moral e social, o resultado foi zero ou quase.
Assim sendo, precisamos mais do que nunca antes neste país, denunciar, anunciar, cobrar, exigir, reclamar dos desmandos de quem quer que seja, e espalhar  a verdade do evangelho, não só por escritos, mas por exemplos de vida em nosso dia a dia.
Exigindo que a escola alcance excelência, não só para prover elementos para ocupar postos para o crescimento econômico, mas também para a formação de pessoas aptas a promover o crescimento social e moral da sociedade.