O
Barão vai voltar a ter saudades do passado, não do recente, mas, do remoto.
O século XVI nos legou duas alterações de profundo
alcance: uma foi a de cunho religioso, incontestável e profundo, a
reforma lastreou a Salvação oferecida por Deus ao homem, exclusivamente na fé
em Jesus Cristo e enfatizando que a arma para vencer o inimigo é a oração e a
presença do Espírito Santo de Deus.
A outra contribuição, igualmente
de importância foi a de estender a educação, antes
destinada aos nobres, a todos os cidadãos.
A primeira restitui ao homem o acesso à salvação pelo
caminho rápido da fé, colocando dessa forma, o sacrifício de Jesus
Cristo no lugar planejado por Deus; restituindo a luz espiritual aos homens.
A segunda promoveu a libertação do homem, desta vez
através de abrir o caminho para a luz do intelecto e do conhecimento; se
atentarmos bem veremos que a abertura da escola ao cidadão comum, consolida e
promove o caminho da salvação, por romper os grilhões da ignorância, mantidos
pelos clérigos de então, promovendo por primeira vez o sentido democrático do
sacerdócio universal do crente.
Veja este trecho do livro J.H.Merle D”Aubigné, Hist.
da Reforma pág.45-Casa Ed.”. Presbiteriana.
"... Depuraram o clero, demitido todos os padres
de vida escandalosa; cederam parte da propriedade da igreja para a manutenção
do culto público, e a parte restante pôs fora do alcance de roubo. Prosseguiram
na supressão dos conventos e estabeleceram, em todo o lugar, uma unidade de
ensino..." (escola).
Nesse aspecto nosso país, passa ao largo, embora muito
se fale em educação. Basta atentar para as últimas estatísticas sobre o assunto
e verificar a colocação que nosso país ocupa. Para dizer pouco:
vergonhosa.
Todo esse "imbróglio" começa em casa, quando
um grande número de progenitores acredita que educar é não deixar nada faltar
aos filhos, a escola, embora cheia de grandes ideais por parte de muitos
professores, que recebem uma formação ligada às mais modernas tecnologias,
trabalham com teorias importadas distante das realidades do público alvo
(alunos); escolas que ainda priorizam o giz, onde o critério de disciplina é
algo utópico, aonde o aluno tem todos os direitos e o professor o dever de
aprovar; quando este busca autoridade para trazer o aluno à razão, ou apanha
dele ou é execrado pelos pais. É só prestar atenção nos últimos jornais.
O país passa por uma premência de técnicos para promover
o crescimento econômico; como não podia deixar de ser, a escola se adapta a
fornecer esses técnicos, o aluno não recebe a educação social básica em casa,
na escola a educação formadora é relegada a segunda plana, e enfatiza-se a
formação técnica, as humanidades são relegadas ao plano zero.
À criança, ensina-se a ler, escrever
e a contar; quando o ensino evolui para cálculo, redação e estudo de coisas
mais abstratas; como se diz por aqui:
"A coisa pega."
Daí o número absurdo de analfabetos
funcionais.
Quais as consequências disso no caminhar
da nossa sociedade?
É o que estamos vendo no dia a dia, a
Igreja, no meu entender o único departamento social, que poderia fazer a total
diferença, como aconteceu no conturbado mundo do século XVI, onde nobres
exerciam seus desmandos econômicos e morais, a igreja de então não ficava
atrás, imitando em tudo a ordem civil de quem copiara o sistema, mantendo o
povo na ignorância total, não o faz.
Hoje o foco é o crescimento econômico, não
só do governo, não sou contra isso, mas a margem disso estão contingentes
enormes de pessoas, aos quais se estende esmolas, bolsas isto ou aquilo, não os
preparamos para o futuro, lhes damos os peixes, não os ensinamos a pescar, são
assoberbados de promessas descartáveis, festas, muitas festas, ou seja, o
velhíssimo: "Panem etc circenses", (pão e circo), a forma com que
governaram os velhos imperadores romanos.
Não são mais servos de Deus, mas, Pai,
Patriarca (esposa do tal, cuida de vigiar se têm serviçais contratadas, ele
pode querer seguir a risca a bíblia...), Apóstolos, Visionários de dúzias,
Grupos cujos lidere disseram a Deus, quando supostamente estavam em estado de pré-morte
após um atentado:
-"Senhor não é minha
hora. Você precisa de mim na terra"...
Atenção é o barro dizendo ao oleiro o que
fazer. Essa figura que se arvora a dizer o que Deus deve fazer, (Cesar
Castellanos), está querendo transferir,alias, já transferiu sua mazela para o Brasil, pois parece
que na Colômbia, o resultado foi o de ter grande número de seguidores, mas
mudança de situação, moral e social, o resultado foi zero ou quase.
Assim sendo, precisamos mais do que nunca
antes neste país, denunciar, anunciar, cobrar, exigir, reclamar dos desmandos
de quem quer que seja, e espalhar a verdade do evangelho, não só por escritos,
mas por exemplos de vida em nosso dia a dia.
Exigindo que a escola
alcance excelência, não só para prover elementos para ocupar postos para o
crescimento econômico, mas também para a formação de pessoas aptas a
promover o crescimento social e moral da sociedade.
A igreja precisa resgatar sua parcela na formação
moral e intelectual no mínimo das crianças de seus fieis, e pararmos
urgentemente com essa macumba gospel.
Faz-se necessário fazermo-nos servos de
Deus e não filhos mimados e exigentes das benesses.
Mais do que nunca nos presentes dias,
precisamos aprender e restaurar o valor e a importância da palavra simples e
poderosa: NÃO.
Não aos
desvios doutrinários por mais bonitos que sejam.
Não a
pastores sic est., que se desviam dos ensinos bíblicos.
Não aos
corruptos de toda a espécie que pululam
por este país rico por natureza.
Não aos
pastorastros que sonham em ministérios megalômanos, através da espoliação e de
promessas anti-bíblicas, falsas e mentirosas com o objetivo de angariar fundos
para a satisfação de seus egos.
Não a toda e qualquer mensagem que não
tenha apoio bíblico.
Não a
toda e qualquer palavra vinda de um
púlpito que não seja da edificação do ser humano para a caminhada em
busca da vida eterna, baseada no sacrifício de Jesus na Cruz.
Não a
todo o pastor que não promova o Amor ao próximo, como regra básica de fé na
consecução da busca do Reino de Deus.
Não todo e qualquer movimento que seja mero ativismo e ou espetáculo,
que não busque o verdadeiro estabelecimento da transformação do amor ao próximo
em atos palpáveis e verdadeiros.
Já o disse em outro lugar nestas
escrevinhações, nos orgulhamos de ter atingido o numero de quarenta milhões ou
quase isso, vamos pensar juntos,
Os nãos evangélicos promovem anualmente um
esquema de doações voluntárias e constroem um centro de atendimento completo e
funcionando com os valores doados, centros esses que realmente fazem diferença
para muitas famílias que ali levam seus filhos deficientes para serem
verdadeiramente atendidos e recuperados para atividades produtivas, então vamos
lá:
Se cada verdadeiro evangélico doar somente
um real, isso mesmo um só real todos os meses, quer me parecer que teríamos no
mínimo um valor de vinte e cinco milhões de real mês, por baixo. Mas isso é
utopia e sonho, pois o orgulho e a cegueira denominacional que nos tolhe a
visão do reino não nos permite ver nem mesmo frente dos olhos, temos enormes
traves diante de nós.
Outro problema sério desta utopia é
esbarrarmos em muitos Ananias e Safiras, e quem administraria tudo isso, num
mundo em que até mesmo no arraial evangélico nos deparamos com um não pouco
número de pessoas despidas de caráter e pudor.
As vezes não dá para manter a calma, mas
saibam todos que:
V.D.M.I.Ae