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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Protestante ! Qui qui é isso?


Olá meus caros irmãos e amigos, estou saindo hoje do marasmo do inverno de idéias e de certa indolência, para sentar-me no sofá e apanhar esta máquina malucamente prodigiosa chamada laptop e depois de dar uma passadinha pelos jornais que costumo ler, abrir o Word e começar a alinhavar este amontoado de letras.
Neste momento me bateu no meio da cachola:
O que escrever? Ainda bem que isto é escrito caso contrario haveria um lapso, não, não é lápis é lapso mesmo, um intervalo silencioso de quase uns sete minutos, de um vazio, quase beirando ao vácuo perfeito.
Bom, achei oportuno retomar a idéia do “Será que ninguém leu isto Antes?
Ocorreu-me a razão pela qual os reformadores, ou melhor, o que queriam o retorno ao evangelho puro, lá no século XVI foram chamados de protestantes.
O protestante, ou melhor, aquele que protesta, quase nunca é visto com bons olhos, pois é aquele que refuta uma idéia errônea, se levanta contra um ato ou uma atitude que considera inadequada, imprópria, logo assim, seu Boa faia, Senhor Dormir mais cedo, e senhor Vaidormir seu Santiago, Lutero e caterva seriam classificado por V. Senhorias “blogueiros” em busca dos quinze minutos de fama, enciumados do sucesso dos Bispos, dos vendedores de indulgências, etc.
Bom, assim pensando, os blogueiros hodiernos que se insurgem contra os desmandos da igreja dita evangélica, essa igreja das maldições hereditárias, que ao invés de se resolver na cruz, acabam por se resolver com uma regressão a vidas anteriores de quatrocentos reais (o meu psicólogo cobra duzentos e cincoenta reais), e ou ritos mágicos evangélicos, ou toalhinhas ungidas de suor bento, ou sabonetes salvíficos ou ainda dancinhas rituais e ou risos descontroladamente neuróticos etc., vocês, bloqueiros não passam de meros protestantes, tal e qual aqueles la do século XVI, a diferença básica é que hoje ainda temos uma lei que nos garante a liberdade de expressão, caso contrario já estaríamos todos  devidamente queimadinhos, afogados ou a responder alguns processos, que eles não se dignam propor, pois não lhe socorre a verdade.
Assim, será que alguém leu isso antes:

“Prezados Senhores, Primos, Tios e Amigos:
Tendo nós comparecido a esta dieta, (1) por convocação de Sua Majestade e para o bem comum do império e da Cristandade, ouvimos e verificamos que as decisões da última dieta, relativas à nossa venerável fé cristã, deverão ser revogadas, e que se propôs substituí-las por determinações coativas e opressivas.
O Rei Fernando e os demais comissários do império, apondo suas chancelas `a última Suspensão de Espira, prometeram, não obstante, em nome do imperador, cumprir fiel e inviolavelmente tudo quanto esse documento continha e nada permitir que fosse contrario a ele.
Da mesma forma também vós e nós eleitores, príncipes, prelados, senhores e delegados imperiais, nos comprometemos a preservar sempre, e com todas as nossas forças, cada um dos artigos desse decreto.
Não podemos, por conseguinte, concordar co a sua revogação?
Em primeiro lugar, porque julgamos que Sua Majestade Imperial, bem como nós e vós, tem a obrigação de defender com firmeza o que foi unanimemente e solenemente decidido.
Em segundo lugar, porque esse decreto diz respeito à Glória de Deus e à salvação de nossas almas, e porque, em tais assuntos, devemos levar em consideração, acima de tudo, o mandamento de Deus, que é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, cada um de nos prestando-Lhe contas de si mesmo, sem se importar, de modo algum, com a maioria ou minoria.
Não julgamos o que vos concerne, caríssimos senhores; e estamos dispostos a pedir a Deus, todos os dias, que nos leve a todos nós verdadeiramente à unidade da fé, ao amor cristão e à santidade, através de Cristo Jesus, nosso trono de graça e nosso único salvador.
Mas no que nos concerne, aderimos à vossa decisão (que todo homem honesto nos julgue!) seria agirmos contra a nossa consciência, rejeitarmos uma doutrina que sustentamos ser cristã e decretarmos que ela dever ser abolida de nossos Estados, se assim pudéssemos fazer sem desgosto.
Seria negarmos ao nosso Senhor Jesus Cristo, rejeitarmos a Sua Santa Palavra e, consequentemente, dar-Lhe justo motivo para negar-nos, por sua vez, diante de Seu Pai, conforme Ele bis ameaçou.
Que! Ratificarmos esse édito! Insistimos em que quando Deus Todo-Poderoso chama um homem ao Seu conhecimento, este não pode, contudo, receber a sabedoria de Deus!  Ah! De que tremendas apostasias não nos tornaríamos, então, cúmplices. Não só entre os nossos próprios súditos, como também entre os vossos!
Por este motivo, repudiamos o jugo que nos é imposto. E, embora se saiba universalmente que, em nossos Estados, o santo sacramento do corpo e do sangue de nosso Senhor é administrado de modo conveniente, não podemos concordar com o que o edito propõe contra os sacramentários, visto que o edito imperial não os menciona, que eles não foram ouvidos e que não os menciona, que eles não foram ouvidos e que não podemos decidir sobre assuntos importantes como este, antes do próximo concílio.
Além disso, quanto ao novo edito no tópico em que declara que os ministros pregarão o Evangelho explicando-o de conformidade com os escritos da santa Igreja Cristã, julgamos que, para tal regulamento ter algum valor, devemos primeiro, pôr-nos de acordo sobre o que se quer dizer por verdadeira e santa Igreja. Ora, visto que há uma grande divergência de opinião a este respeito; que não há doutrina segura, senão a que se acha concorde com a Palavra de Deus; que o Senhor não permite o ensino de nenhuma outra doutrina. Que cada texto das Sagradas Escrituras deve ser explicado por outros textos mais claros; que este livro Sagrado é, em tudo, imprescindível ao cristão, fácil de entender e destinado a dissipar as trevas; estamos com graça de Deus decididos a conservar o ensino puro e exclusivo de Sua única Palavra, tal como está contida nos livros bíblicos do Velho e do Novo Testamento, sem nada lhes acrescentar que lhe seja contrario.
Sua Palavra é a única verdade; é a regra certa de toda a doutrina e de toda a vida, jamais podendo folhar-nos ou decepcionar-nos.
O homem que confia neste fundamente, resistirá a todas as forças do inferno, ao passo que as vaidades humanas que se levantam contra ele, cairão diante da face de Deus.
Por tudo isso, caríssimos senhores, tios, primos e amigos, nós sinceramente vos rogamos que examineis com atenção os nossos ressentimentos e os nossos motivos. Se não atenderdes o nosso pedido protestamos, por este instrumento, diante de Deus, nosso único Criador, Defensor, Redentor e Salvador, que um dia nos julgará, bem como diante de todos os homens e de todas as criaturas, que nós, em nosso nome e no de nosso povo, não concordamos, de modo algum, com o decreto apresentado, nem a ele aderimos, em tudo quanto contrarie a Deus e Sua Santa Palavra, a nossa consciência honesta, a salvação de nossas almas e o último decreto de Espira.
Ao mesmo tempo, esperamos que Sua Majestade Imperial se porte conosco como um príncipe cristão  que ama a Deus sobre todas as coisas, e declamo-nos prontos a tributar-lhe, bem como a vós, amáveis senhores, todo  o afeto e obediência que são nosso justo e legitimo dever”

Isto que foi escrito em 19 de Abril de 1529 demonstra o caráter dos homens que se lançaram a retirar os penduricalhos que emporcalhavam a verdade de Deus; com uma declaração deste jaez estavam eles e seus súditos se expondo a sanha imperial, de primeiro perderem suas propriedades e em seguida perderem suas vidas em uma guerra.
Passaram se os séculos, e voltamos a emporcalhar a verdade da Palavra de Deus, e o que é pior não temos a estatura moral daqueles que no passado nos retiraram das trevas nos dando a verdadeira Luz de Deus para caminharmos no caminho da Salvação.
Será que nunca ninguém leu isso antes?
Deus possa na sua misericórdia estar preservando aqueles que crêem verdadeiramente em Cristo, aquele que se entregou à cruz para nos redimir e libertar.
Possa Deus ainda ter misericórdia de nós, apesar de nós mesmos.
V.D.M.I.Ae.
(1) Dieta de Spira ou Espira.