Republicação atualizada.
Em publicação anterior mencionei loja de moda evangélica, existe
moda ateia? Moda católica romana, moda espírita? (moda de candomblé já está
estabelecida).
Como professor de arte, participei em um passado recente da
criação do currículo para um curso de moda, quando além de contemplar a área
técnica: desenho, desenho anatômico, desenho de observação e técnicas de
criação etc, me vi obrigado a adquirir conhecimentos um pouco mais extensos
sobre o assunto moda.
Dessa forma descobri que a moda tem como fator de sua criação
básica, as estações do ano, dividindo-se assim em moda primavera, verão, outono
e inverno, e apresenta também outras divisões básicas: moda infantil, moda
jovem, e o óbvio, masculina e feminina. (será que já estão pensando na terceira
via?).
Agora, temos espocando por aí moda evangélica.
Ia me esquecendo, moda de praia, country, noivas... No passado a
moda se apresentava como conservadora e moda ousada, então qual a razão do estranhamento?
Está ai um filão de mercado que nunca me ocorreu, nem mesmo aos
colegas de curso que cuidavam do marketing de moda...
Diante do que está colocado, vou fazer um exercício de loucura e
dar umas ideiazinhas ah ah ah ah, para os exploradores desse nicho de mercado
pouco explorado, afinal parece que estamos chegando aos 30 milhões.... e com
essa onda da prosperidade, veja a dinheirama disponível no mercado...até em
razão da necessidade premente de “os prósperos ungidos terem a obrigação de doutrinariamente
se diferenciarem dos pobres sem fé na semeadura.
As idiotices, digo ideias que passo a expor estão livres para a
utilização de quem as quiser sem necessidade de recolher royalties.
Vamos colaborar para criar um cânon de uma apresentação de moda
evangélica, dentro de um padrão mais bem elaborado, assim, o que se segue é uma
mera sugestão:
-Criação de novas divisões da moda evangélica aproveitando os
títulos que tem se multiplicado na identificação do líder, ai vai:
-Moda Profética: estilo
que se antecipará na criação de modelos com visões futurísticas do evangelho da
prosperidade, explorando novos materiais tecnológicos incorporados às
vestimentas.
-Moda Apostólica: um
estilo mais refinado, conservador e discreto e austero com o uso de cores e
materiais tradicionais, com inspirações de design de roupas usadas nos tempos
de Jesus em Jerusalém.
-Moda de Pais: uma retomada dos velhos ternos e saias e
casacos, com uma repaginada mais atual e com utilização de cores mais
celestiais e uma modelagem mais contemporânea.
-Moda Patriarca: Estilo
que usará e abusará de um reestudo de batas, túnicas e mantas, em
cores fortes e marcantes, bem no caráter de um líder que atinge e é ungido
nesse mais alto estado espiritual da hierarquia denominacional, incorporando na
modelagem influencias dos seus lídimos representantes bíblicos.
-Moda
Pastoral: Um estilo com a mesma tendência da moda patriarcal, em uma
apresentação mais simples, com uso de tecidos menos trabalhado e túnicas e batas menos
elaboradas. Com um desenho e modelagem mais
despojada, destinados ao uso do dia a dia.
Moda Episcopal- Com um corte mais escorreito e uma
confecção mais elaborada, atendendo ao grau espiritual do que almeja tão alta
distinção no seio da igreja, contemplando a esposa do Bispo, a Episcopisa, com indumentária mais
elaborada na modelagem e nos tecidos que deverão usar e abusar de aplicações de
cores violeta.
Moda cardinalícia; Os evangélicos ainda não cogitaram nesse
posto na hierarquia, mas fica aqui a sugestão do cargo bem como da roupa que
será igualmente muito bem elaborada com um design digno dessa unção com o uso
dos detalhes em cor vermelha como bem consagrou o clero d’outra denominação
igualmente cristã que no século XVI ensejou o aparecimento da reforma.
Cá pra nós isso será uma grande sacada de marketing, podemos
pensar também em criar novos estilos ligados ao tema evangélico, como Moda Visionária de Grupo, Uniformes de Grupo de Dúzias, com
estilos diferenciados para identificar não só a célula, como a posição do
usuário dentro do grupo: tipo, Líder, futuro líder, neófito, encontro tremendo
etc.
Tomo a liberdade também de expor abaixo um roteiro de como
anunciar um desfile de tais modas:
“Irmãos e irmãs, vamos dar inicio ao ungido e consagrado desfile
de moda evangélica esta noite com uma aleluia tríplice”...
Após a manifestação da plateia, apresentar o desfile:
Na santa passarela nossa irmã (citar o nome), que desfila uma bata
com cores celestiais, apresentando um corte inspirado com um caimento de óleo de
unção que escorre do ombro aos quadris o que ajuda a disfarçar os meneios mais
sensuais, livrando os que apreciam a sua figura de cometer o pecado de
adultério ou luxuria,contribuindo para que possamos ter um desfile mais
santificado nesta noite.
Quando a roupa a desfilar for da moda apostólica:
“O irmão modelo consagrado em nosso meio (citar o nome) desfila
uma túnica com um corte sóbrio evocando os anos 150 AC.”. Com influencias das
roupas usadas pelos Israelitas quando da ocupação da terra prometida, este
modelo foi também influenciado pelas recomendações bíblicas em seus detalhes, das
roupas dos levitas a serviço do templo em Jerusalém.
As pedras semipreciosas dos ombros são uma forma indicativa do grau
ocupado pelo apóstolo no Grupo de dúzia ao qual pertence,
conforme a revelação em sonhos que o estilista teve antes da criação. O
elemento que o modelo leva à cabeça obedece a uma releitura do consagrado quipá
com elementos históricos dos turbantes; as asas estilizadas em ambos os lados,
remetem a uma livre interpretação do trecho de Êxodo 25:20, sendo essa a razão
da cor ouro velho, tornando esse traje condizente com a condição e dignidade do
título de seu usuário.
“A irmã (citar o nome) veste um vestido em linha reta,
discretamente justo que traz ao nível da gola em pêlo sintético na cor fulva
que é uma releitura da Juba de leão como uma evocação da unção do leão e ou ao Leão de Judá. A modelo ainda porta uma
luva de cano longo, apresentado nos dedos, delicados arremates de prata em
forma de garras, o que tornará mais marcante os movimentos, quando a portadora
quiser insinuar o mover do leão.”
Aqui vai uma advertência a essa turma do mercado evangélico, moda
não é só fazer, tem que obrigatoriamente, estudar tendências, história,
conhecimento dos tecidos, cores e uns cem números de outros detalhes...
Caso desejem sinceramente maiores informações e ou orientações
dirijam-se ao autor destas sandices.
Isso tudo ai acima, seria bastante hilário, não fora profundamente
trágico.
A lei de mercado invadiu o mundo Eva angélico; no passado os
sevandijas vendiam indulgências, para quem não sabe, documentos que livravam o
portador, que pagava caro para tê-los, dos julgamentos futuros do dia do juízo,
dos pecados cometidos, e dos que desejasse cometer em futuro próximo; vendiam
relíquias, tais como: ossos dos pés, mãos, dentes dos santos de plantão; a
coisa era tão promissora que se alguém reunisse os ossos de um determinado
santo, poderia recompor de dois a cinco esqueletos do dito santo.
A reforma pelo menos na sua época, e por um tempo, acabou com
isso, restabelecendo a verdade
do evangelho de Senhor Jesus Cristo, Salvação mediante a fé.
Hoje vendemos CDs, que apregoam, basta comprar para ser abençoado
e louvar a Deus, só falta dizer: “não precisa nem ouvir”, roupa evangélica... camisetas,
bonés, chaveiros, meias, toalhinhas
(anda não vi papel higiênico com frases evangélicas, acho que não
ousariam tanto)e toda uma parafernália de quinquilharias de toda espécie.
Bíblias infantis, para os meninos, para as meninas, Bíblias Teen, para
eles e/ou para elas. Bíblias da prosperidade, da batalha, etc. e tal.
Bíblias da mulher que ora, para a mulher que pensa, para os homens
de negócios, para a saúde, para o crescimento financeiro, etc. etc.
Mas de Jesus, parece que ninguém mais fala...
Triste,
muito triste mesmo; até mesmo esse texto ai acima, não fora o caos vigente, não
teria sido concebido.
Deus em
seu infinito amor tenha misericórdia de todos nós, apesar de nós mesmos.
A única
coisa séria e imutável de tudo isso é que:
V.D.M.I.Ae.