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domingo, 21 de agosto de 2011

UMA FÁBULA NADA FABULOSA.

Houve uma vez, em um lugar meio perdido neste pais, que é um continente, que quase nada contém de sério, justo, honesto e ético; claro que nisso tudo sempre haverão exceções, poucas é verdade, mas existirão.
Mas voltemos ao que interessa.
Houve uma vez em um lugar chamado de Riacho de Março, uma família de gametas, bem, pelo que pude saber, não era lá uma coisa que pudéssemos dizer famiiiiiliiiiiiaaaaa; enfim!
Essa família era constituída de gametas pai, mãe, dois filhos game tinhas...
O mais novo, segundo sua própria fala, não se comportava como um gameta lá muito correto, por me-dá-cá essa palha, sentava a mão, o pé na cara do irmão mais velho.
Isso sem contar, que na verdade ele contou, fazia das suas,de tanto sentar a mão na cara do irmão, decidiu ir morar alhures, forma pleonástica de dizer na rua.
Ali praticou pequenos furtos, alguns assaltos, até com armas se envolveu, o que o levou a se afastar do seu lar doce lar gamético, na ausência de seu amado irmão andou dando catiripapos naqueles que muitas vezes se recusavam colaborar com o achaque.
Ia me esquecendo, orgulhava-se de nunca ter matado ninguém, embora tenha quebrado alguns narizes.
Seu nome? Epa! eu ainda não disse ? Tá, la vai: Excelso Fessoy .
Fessoy, como vou chamá-lo daqui pra frente, em razão de seus desarranjos com os gametas parentes se viu obrigado a sair de casa,como já escrevi acima.
Instalou-se em um local abandonado,não sem antes dormir aqui e ali, parece se bem me lembro, uma velha edificação medica, lá encontrou inclusive alguns móveis velhos, juntou umas coisinhas mais e foi ficando por ali...
Vivia de pequenas falcatruas, e unsseteunzismos, deixando o tempo passar; ali cursou a escola da vida e parece que conseguiu formar-se no famigerado curso fundamental, quando ao médio, nunca falou...
Depois de um tempo nosso Fessoy arranjou uns bicos e estava se virando bem com algum dinheiro assim obtido. Deixando mesmo de praticar suas falcatruas e pequenos roubos. Deu uma melhorada em seu muquifo.
Certo dia, num entardecer de sábado, estando nosso Fessoy, no seu ociorepouso, ouviu uns risos e um som que despertou sua curiosidade, correu à porta de seu muquifo e vislumbrou um grupo de jovens Crentensses, que se dirigiam a uma igreja logo mais adiante no fim da rua, cuja qual como disse ele não havia observado antes.
Nosso Fessoy, ficou encantado com o som daquele instrumento tocado pelos Crentensses, pensou em se enturmar com eles, mas teve medo de não ser aceito.
Até porque percebeu que as minas dos crentenses eram mais jeitosinhas, mais cheinhas, não tinham hábitos de proferir impropérios, mais delicadas e femininas, bem como ele gostava.
Mal sabia ele que os Crentensses são, por orientação de past-ores, orientados a receber com boa atenção qualquer pessoa até mesmo um Fessoy.
Foi se aproximando e o grupo o aceitou e o convidou para participar de suas reuniões, Fessoy demonstrou seu interesse pelo instrumento que os havia visto tocar, quando ficou então sabendo seu nome, o tão conhecido popular hexacordiolão.
O nosso auto abandonado Fessoy enturmou-se e começou a aprender tocar o hexacordiolão.
Passado algum tempo nosso herói, convidou-se para morar com uma família de Crentenses, a quem adotou como sua família, apesar de os Gametas pais morarem no mesmo bairro, segundo consta.
Levou nosso Fessoy para sua nova casa o guarda roupa que havia arranjado lá no muquifo onde morava, levando também as roupas que havia conquistado em vários varais ali pelos bairros vizinhos.
Fessoy, agora cuidava-se muito mais, estudando os modos e a fala dos crentenses a quem gentilmente impusera a sua presença.
Assim a vida corria livre, leve e solta, até arranjou um empreguinho melhor...
Fessoy desenvolveu boas habilidades no hexacordiolão, com isso ganhou espaço entre os Crentensses, inclusive frequentado suas reuniões e fazendo parte do grupo de louvores dos mesmos.
Por esse tempo, conheceu uma jovem de um lindo sorriso, que compunha o grupo de louvores, a Roas Epa, um simpática loura ou morena, não sei , muito mais interessante do que as minas com quem se relacionava nos tempos de seu unsseteunzismos de auto abandono.
A família de Roas Aep, foi desde o principio contra esse relacionamento por perceberem detrás da capa de bom moço o seu habito unsseteunzista: mas Roas estava encantada com os dotes de nosso Fessoy no hexacordiolão, e lembrem-se Fessoy, tinha uma lábia refinada, era um famigerado mestre do engodo.
Galgou posto entre os Crentenssses a tal ponto que acabou sendo indicado a fazer o curso de Past, profissão que já havia percebido ser muito interessante para aquilo que tinha em mente, aquele negocio de líder, não discuta com o líder, prosperidade, e a obtenção de renda com ofertas dos crentenses, muito lhe cativava.
Esse trabalho vinha muito a calhar ao seteunzismo, que dessa forma poderia ser praticado a luz da Lei e com os Aleluias e Gró rias a Deus e apoio dizimal dos Crentensses.
Muitas peripécias passou o nosso caro Fessoy.
Mestre no seteumfilosofismo, juntou a esta, o conhecimento que os Crentensses haviam desenvolvido, um deles o “não toques no escolhido, faça o que mando não o que faço, me foi revelado, a obrigatoriedade do dezismos, os vales, as ofertas, os descontos, os adiantamentos e as profetadas e o ardente desejo de ser pai de multidões foi estudar as matérias crentenses.
O cargo de Past-or vinha bem a calhar, sim era isso que nosso Fessoy iria seguir e desenvolver seu ministério que seria mantido pelos crentensses.
Nesse meio tempo, casou-se com Roas-ap, contra o parecer dos parentes dela, e decidiu realizar uns negócios, que acabou resultando em nada.
E toma percalços, vai pra lá vem pra cá, conseguiu ficar a testa de uma igreja crentense, que quase tinha ninguém, talvez umas quantas pessoas.
Empenhou-se, dedicou-se, e conseguiu erguer, com atrativos diversos a fé crentense , alguns membros a mais, e algumas irmãs que passaram, a sustentar o seu min stério.
Roas-ap depois de um tempo, por quais cargas dӇgua principiou a apresentar problemas.
Ao que parece Fessoy, mudou muito, mas nunca perdeu o amor ao ociorepouso e o costume desenvolvido lá no seu muquifo nos primeiros dias de seu auto abandono o de não dispensar o seu refrigério liquido, ainda que tivesse que vender o almoço para comprar o jantar.
Os trabalhos de seu curso de Past, quem os fazia era sua Querida, sofrida e adoentada Roas-ep.
Apos um tempo foi ou transferiu-se para outra área crentense, encantou-se com os agrupadores de duzias, estes também com o costume de aplicar teorias do unseteumfilosofismoreligioso, de fazerem os seus fieis e ignaros crenteses a seguir o líder, vendo nos seus métodos a felicidade e a oportunidade de melhorar os ingressos salariais, sem dispensar o seu tão querido ociorepouso.
Mas parece que não deu certo, os novos crentenses, tinham mais conhecimento do livro básico da fé crentense, e da ilegalidade de seus métodos diante de uma paróquia baseada no vale o que está escrito, ao do invés de “eu acho”, “deus me disse ontem”. “O ispirito me revelou”.
A coisa desandou, se indispôs com todos, inclusive com Roas-ep, que se mandou para sua família.
Mas Fessouy não se apertou, apanhou seu Hexacordiolão e lançou uma canção nova para aquela que deus iria preparar para o seu coração.
E se mandou por aí em novas aventuras ditadas pelo seu deus...
Fique desde já dito, afirmado, reafirmado, declarado, assentado que esta é uma fábula dos tempos de hoje,nada fabulosa, e que qualquer, por mais leve que seja sua semelhança com a vida ou acontecimentos, pessoas reais, do passado, presente ou futuro é mera, pura e total coincidência.
Uma elocução digito mental durante uma insonia braba


V.D.M.I.Ae.

Brincadeiras a sério... ou Lembranças hoje, do ontem.

Sábado a noite, quase hora de ir dormir, eis que minha neta veio até mim e sem mais fez uma pergunta quase que solta
--Vô houve algum brasileiro que se destacou ou fez alguma coisa importante?
Respondi-lhe que muitos brasileiros se destacaram em feitos importantes, falei de Santos Dumont, dando dirigibilidade aos balões, criando o avião o primeiro a voar por meios próprios, o Demoiselle, o ultraleve de então, usado por ele como meio de transporte para seus passeios por Paris.... e como só os jovens sabem ser, fui contestado:
Mas ele não fez isso no Brasil, fez la na França, daí urgiu uma discussão de que pouco importa o local, mas quem o fez...
Citei a importância de César Lates, dos trabalhos de Oswaldo Cruz, tentando destacar algumas grandes contribuições desses nomes à cultura e ciência mundial... mas como os jovens insatisfeitos novas contestações e eu acabei por desafiá-la a buscar na internet, não jogos, mas a pesquisa desses nomes, para sentir o que outros registraram a respeito, inopinadamente lá vem outra pergunta:
-Vô quando você era jovem, como você e seus amigos se divertiam? Já emendou outra pergunta a essa: Você tinha muitos amigos?
Ao iniciar a satisfazer-lhe a curiosidade extemporânea em razão do avançado da hora, acrescentei que a sua forma de perguntar me fazia sentir um verdadeiro tiranossauro – quando você era jovem – com seu pedido de desculpas ambos rimos...
Mas lhe contei que ali na periferia de São Paulo – Vila Aricanduva – tinha cinco ou seis amigos, todos morávamos todos na mesma rua. Eu morava na esquina da Rua Edgar de Souza com rua Rodeio, a casa que meu pai construiu está lá ate o dias de hoje, e mesmo a casa que eu construí nos fundos do quintal, ainda está lá quase do mesmo jeito- e viva o Google-Street.
Mas voltando à resposta; lembrei-me dos amigos mais chegados, o Vílson, assim mesmo com V, o Roberto que era tio do Vílson, embora mais novo três anos, o Espanhol, cujo nome não me ocorre a sessenta anos desses dias, O Dadão, - Eduardo, o Orestes, o Dácio , afora o Ico -Francisco e seu irmão o Batatinha, cujo nome também não me recordo.
Isso colocado iniciei a explicação de que nos divertíamos muito, alem da escola, que tínhamos o prazer de frequentar, por verdadeiramente ser ela era risonha e franca; mas lembrei-me da tardes em que empinávamos quadrados hoje chamados de pipa, naqueles dias este nome era destinados a quadrados de grande tamanho.
Nós nos divertíamos nessa atividade pois construíamos nossos próprios quadrados, desde a escolha do bambu para a confecção das varetas, não podia ser seco demais nem verde pois os primeiros quebravam facilmente e os segundos vergavam com muita facilidade.
Expliquei a minha neta as várias forma que dávamos a essa pipas, -vou usar este nome por ser mais facilmente identificado hoje com o objeto-.
Fazíamos o que era padrão o de três varetas -ver desenho acima- uma pipa em formato de avião, a pipa navio, a arraia e os coadores pipas essas que voavam sem rabiola.
Rabiola era uma tira de pano fino, cortado em tiras estreitas destinada a dar estabilidade a pipa, falei-lhe das formas de amarração dos estirantes e a formas de dimensioná-los, sem o que as pipas não voaria estáveis.
Passávamos horas nessas atividades de confecção, na escolha dos desenhos, cores, nos cuidados na colagem dos papeis na pipas procurando evitar desequilibrá-las na distribuição de peso e muitos outros cuidados e esmeros...
Tudo isso feito íamos aproveitar os ventos e passar horas a empiná-las, não existiam as disputas para cortar linhas dos outros, com os riscos que vemos vez por outras nos jornais, causando inclusive algumas mortes; nos divertíamos pelas habilidades em fazer manobras com as pipas, fazendo-as cabecear a esquerda, ou a direita, descair, como se a linha estivesse cortada, fazendo os desavisados correrem para pegar a pipa que caia.
Questionado se essa era a única, citei muitas outras, como jogar pião, a brinca como dizíamos ou a ganho, a primeira o prazer era rodar o pião e tirar outros da roda apenas, a outra forma a ganho, quando tirávamos o pião da roda nos apropriarmos dele.
Para jogar ou rodar pião, fazíamos um círculo no chão de terra com um raio de mais ou menos uns oitenta centímetros, assim como um passo largo, aonde dentro do círculo, cada jogador colocava um pião, sorteada a ordem de jogadores, ou pondo dedos e contando, que caísse no número de dedos expostos saía da contagem, determinado a ordem de jogar;
O objetivo era arremessar o pião e com ele tirar do círculo os piões ali colocados, para a validade da jogada, o pião arremessado deveria rodar em pé por alguns segundos, pelo menos.
Falei a minha neta das bolinhas de gude -pequenas bolas de vidro colorido, que nós os garotos gostávamos de colecionar, quem tinha poucas tinha no mínimo cincoentas, sempre escolhidas a dedo, pelas cores e desenhos feitos pelos vidros de cores diferentes, além das escolhidas para serem as favoritas para jogar,  por sua perfeita esfericidade, pelo peso e tamanho – as menores e mais pesadas eram as melhores pois dificultavam as estecadas como chamávamos as caramboladas, ou ainda as batidas entre bolinhas. Ah ! Os jogos, existiam o de box, que era um jogo desenvolvido em um chão de terra batida e plano pelo menos nas proximidades dos boxes, quando não tínhamos o local plano necessário, nós apanhávamos enxada , pá e outras ferramentas e construíamos em um canto da rua sossegado o plano necessário.
Os boxes eram pequenos buracos feitos com uma arruela e outro objeto arredondado com um diâmetro um pouco maior que as bolas de gude e com uma pouca profundidade.
A construção dos boxes comportavam quatro boxes -buracos- arrumados em forma de L, três em linha e um em ângulo reto.
O inicio do jogo se dava pela escolha da ordem dos jogadores e era feita com o arremesso da bolinha a partir do ângulo reto dos boxes em direção ao primeiro box que era o primeiro da linha de três oposto ao ângulo reto, se classificava como primeiro aquele que colocava a bola no box ou o que mais se aproximava dele, e assim se classificavam os demais tendo como distancia o parâmetro, sendo o mais distante o último a jogar.
As regras eram; colocar as bolas de gude nos boxes, obedecendo a ordem do primeiro, até o quarto.
Quando era atingido o quarto box, o da perna do L o jogador retornava pelos boxes em ordem inversa, ao primeiro e iniciava o retorno ao quarto box, quando atingia o segundo box de retorno ganhava o direito de atingir os adversários para longe para dificultar seu avanço, esse retorno, chamava de matança, assim eram denominados os boxes, primeiro de matança, segundo de matança, terceiro de matança e o de matança, o quarto box, quem aí chegasse tinha o direito de matança.
Assim quando quem estava com esse direito atingia a bola de gude de outro jogador este era eliminado, se todos atingissem o quarto de matança o jogo se desenvolvia por todo o espaço ao redor dos boxes, sendo obrigatório a tentativa de atingir um dos adversário, sendo proibido o jogador da vez arremessar sua bola para longe dos adversários para fugir das dificuldades do terreno
Existiam alguma regras como pedido de vantagens, como limpinha, quando se pedia para mudar a posição de jogo, ou tirar algum obstáculo da frente da bola que se quisesse atingir, que poderia ser negada desde que o dono da bola tivesse dito antes do referido pedido – não dou nada – isso obrigava aos participantes do jogo de gude ficarem atentos as jogadas.
Esse brincar, as vezes acabavam durando horas.
Outra forma de jogar bolas de gude era o de cela, fazia-se um círculo de mais ou menos um passo de diâmetro, cada participante colocava no centro da cela o número de bolinhas combinadas, quase sempre de uma a quatro, quase nunca mais, para isso eram descartadas as bolinhas com pequenas lascas ou as bolinha não muito perfeitas quanto a esfericidade, a ordem dos jogadores era sorteada a partir da cela para a linha de lançamento, e a classificação era feita a partir da distancia da bolinha arremessada da linha demarcada.
O jogo de bolinha de gude nessa modalidade era desenvolvido jogando-se a bolinha em direção da seja com o objetivo de retirar de dentro do círculo o maior número de bolinhas possíveis, que iriam pertencer a quem conseguisse, se o jogo fosse a ganho, caso contrario o jogador limitava-se a tirar o número de bolas que havia casado no inicio do jogo.
Caso a bolinha jogada ficasse dentro do círculo, sem conseguir retirar nenhuma o jogador ficava fora das jogadas, caso não houvesse previamente estabelecido que cada jogador pudesse ter duas bolas de jogo.
Se o jogo fosse a brinca, no final o jogador recuperaria sua bolinha retida, se fosse a ganho perderia inclusive essa bolinha.
Outra diversão era devida a coleção de figurinhas de jogadores de futebol, que naquela época vinha embaladas em pequenas balas, os álbuns para a colocação das figurinhas eram distribuídos gratuitamente, inclusive como forma de incentivar a compra das balas, que eram de muito baixo custo relativo, já que com dez centavos comprávamos cem balas.
As figurinhas vinham de forma muito repetidas, o que ocasionava um número muito grande de figurinhas  que eram usadas para jogar, o que chamávamos de jogo de Bafa ou Abafa.
Esse jogo constitua-se colocar – casar – um número de figurinhas previamente combinadas sobre o solo preferencialmente plano, com a imagem do jogador voltada para o solo, e sorteado a ordem de jogada com a contagem de dedos, e se eliminado os jogadores pela contagem desse número, sendo estabelecida a ordem pela saída do jogador.
O jogo consistia em usando a mão em forma de concha, bater sobre as figurinhas e elevando a mão rapidamente, provocando um vácuo e fazendo as figurinhas casadas voarem, as que caíssem com a imagem do jogador para cima, elas pertenciam ao jogador, voltando-se a organizar as demais e assim procedia o segundo jogador.
A jogada terminava quando não mais existissem figurinhas com a imagem voltada para baixo.
Conforme o previamente combinado, se o jogo fosse a brinca, ou a ganho, no primeiro caso o jogador ficava com o número de figurinhas houvera previamente casado, devolvendo as que não lhe interessado e retendo as que ainda não possuía em seu álbum, no segundo caso ficava com todas as figurinhas que havia conquistado.
Existiam, disse eu a minha neta muitos outros brincares que fazíamos principalmente o inicio das tardes e ou até, quando era verão, até bem tarde da noite, quando então brincávamos na rua na frete da casa de nossos amigos sob os olhares e cuidados de nossos pais que ficavam a conversar, quase sempre sobre nossas próprias travessuras.
Disse a minha neta que eramos muito felizes nas simplicidades de nossas brincadeiras e de nossas vidas livres das ameaças hoje tão presentes nas vidas de nossas crianças, para quem a rua hoje é somente ameaças e riscos.
Não é saudade da infância, coisa de velho, mas uma triste constatação, muito trinte mesmo, de um velho que Deus permite ter uma memória quase fotográfica daqueles dias de sessenta e poucos anos atrás
Vamos dormir, pois já está quase se fazendo a manhã chuvosa deste domingo.
Minha neta, abraçando-me disse:
-Boa noite vô.
-Boa Noite minha neta, Deus te abençoe...
Enxuguei algumas lágrimas, apaguei a luz, dirigi-me ao quarto, refugiei-me no calor do cobertor, e pedi a Deus que nos olhasse com muita misericórdia, a nós e aos nossos amigos de ontem tão perto aqui em nosso memória....

V.D.M.I.Ae;.