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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Educação? Qual? A da porrada, a da permissividade ou a do amor ?

Vamos voltar ao assunto, educação... La atras neste mesmo blog já coloquei umas ideias sobre este mesmo tema.
Todos os que acompanharam os noticiários de alguns dias passados, viram e ouviram quase que em tempo real os acontecimentos em Londres e algumas cidades importantes da Inglaterra, bem, alguns de vocês estarão se perguntando:
-Tá e o que tem a ver a baderna inglesa com educação? Calma, eu chego lá.
O governo se apresentou e propôs entre outras medidas rever o sistema educacional...
Interessante é que nossas autoridades quando diante de uma violência inimaginável para pessoas que tem um mínimo de equilíbrio mental, o que fizeram?
-Vamos proibir a venda de armas de fogo.... vamos refazer o plebiscito para proibir a venda de arma de fogo. Pois é claro, podemos perceber pela propaganda oficial, nosso ensino é o mais perfeito do mundo todo, estamos avançando nos índices de avaliação, os números estão melhorando, e as pessoas? E a cultura?
Como estamos educando nossas crianças, sem demagogia, o Brasil do amanhã...
Como já disse, professor desde sempre, após me formar ingressei no caminho do ensino, e um primeiro compromisso foi lembrar-me de dois grandes professores que passaram por minha vida e deixaram a sua marca – Professora Celina, lá do Grupo Escolar Zalina Rolim ali de Aricanduva, na época periferia de São Paulo, e do professor Barros já no Ginasial ali no Colégio do Ateneu Rui Barbosa, na Penha em São Paulo.
A professora Celina, pelo seu amor aos alunos, por sua paciência e extremo sentido de disciplina pessoal, que nos influenciou; o Professor Barros por ter a capacidade de educador que vai além da disciplina a que se dedicava, tendo sempre uma palavra de orientação e a sabedoria de saber ouvir o aluno, ainda que o assunto não fosse sua matéria.
Procurei ao longo dos dias ser como ele foram, se consegui não estou seguro...
Para ressaltar a nossa responsabilidade na condução de nossos filhos e ou nossos alunos, me ocorreu um fato  acontecido ali na Escola Estadual Dib Audi, no bairro de Campo Limpo SP.
A diretora pedia que nós os professores,  auxiliássemos o controle dos alunos durante o recreio; determinado dia eu vi um tumulto na fila para receber a merenda.
Fui até os alunos e solicite calma, chamei atenção de uma garotinha do segundo ano que estava querendo furar a fila, conversei com ela e fiz ver a inconveniência de tal atitude e pedi que ela se dirigisse ao fim da fila afirmando:
--Há merenda para todos, inclusive para repetir o prato se for de sua vontade.
Muito contragosto a garota me obedeceu.
Esse fato ficou perdido na multidão de outros acontecimentos.
Depois de um tempo, estava eu na fila do caixa do banco, particularmente grande como soe acontecer por aqui.
Inopinadamente,vejo que tem uma menina chamando a minha atenção, me diz ela:
Professor minha mãe está la na frente na fila, ela me mandou dizer pro senhor dar seu cheque que ela recebe pro senhor...
Veio logo à minha mente a oportunidade de não perder muito tempo, já que a fila era longa, mas me ocorreu que deveria conversar com o caixa a respeito de meu cartão de credito, assim disse a minha aluna:--Filha agradeça a sua mãe, mas eu vou esperar... ao mesmo tempo fiz um gesto à mãe dela que olhava para nós.
Concentrei-me nos meus problemas, fui ao caixa quase quarenta minutos depois.
Na semana seguinte ao entrar na sala de aula, mal cumprimentara os alunos, uma menina pediu licença e veio até mim dizendo:
--Professor, obrigado pelo senhor ter feito eu ganhar a aposta que eu fiz com minha mãe.
Não entendendo bem o assunto perguntei:
--Qual a aposta que eu fiz você ganhar?
--Lembra de sexta feira no banco, eu apostei com minha mãe que o senhor não iria furar a fila do banco, minha mãe disse que eu deixasse de bobagem e fosse pedir o cheque pro senhor...
Eu nessa hora gelei dos pés a cabeça, por muito pouco EU, e somente eu, seria o responsável por marcar o caráter de uma menina, que hoje quando escrevo este texto, já deve ser uma mulher, provavelmente mãe preocupada com a educação de seus filhos, pois já se passaram cerca vinte e cinco anos do acontecido...
Percebam que os alunos os temos conosco no máximo por três ou quatro anos, o que estamos fazendo com nossos filhos, nossos netos?
Me ocorre ainda as tertúlia que tínhamos por ocasião de nosso curso de arte ali na FIAM – Morumbi, com o saudoso Orlando Villas Boas, sim o emérito indigenista, criador com seus irmão do Parque do Xingu, quando numa tarde, que creio de sábado, nos falava da forma de educar dos índios e para ilustrar sua fala nos exibiu um vídeo mostrando o que contava, a respeito de o índio não basear sua educação dos filhos em castigos.
Falava de uma reunião havida com três tribos contando que em determinado momento uma indiazinha apanhara um galho da fogueira e introduzira logo a seguir,  o mesmo na palha da oca, evidentemente incendiando tudo na casa que para eles é coletiva, e exibiu o vídeo do ocorrido.
Vimos uma garotinha de no máximo seis anos, apanhando o galho com fogo e indo tranquilamente em direção a choça, passando por várias pessoas e aplicando o fogo na palha.
No vídeo pudemos ver que os adultos voltaram seus olhares para o fogo que se propagou de forma voraz, e voltaram-se para a reunião que decorreu como se nada houvera acontecido.
Questionado o que teria acontecido com a menina posteriormente, o mestre Orlando, com a sua voz sempre mansa e suave disse:
--Seu único castigo foi, por uma semana, junto com todos os demais da tribo, dormir ao relento... e carregar por toda a sua vida o nome acompanhado de “aquela que colocou fogo em nossa casa”
Disso, educação, nos disse o saudoso Orlando Villas Boas, os índios ensinam seus filhos com suas vidas no dia a dia, com a observação do conhecimento e sabedoria dos mais velhos, que já viveram muitas experiencias, pelo que são muito estimados e respeitados...
E nós e que somos os civilizados.???

Tenham presente Provérbios 22;6; Romanos 2:21-24, leiam isto e saibam:

V.D.M.I.Ae.