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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Quo usque tandem abutere patientia mea.



Tenho ultimamente visto a celeuma, levantada em todos os meios de comunicação, que uma comunidade, minoria por sinal, quer enfiar goela abaixo, da sociedade, principalmente da igreja, suas idiossincrasias como se fosse a mais lapidar verdade, que assim, devem ser aceitas por todos os demais.
A não aceitação de tais conceitos faz com que essa minoria se arvore e faça tal barulho acusando a todos como retrógrados, energúmenos, e dotados de preconceitos, que devem ser fulminados a todo custo.
A palavra da moda nada mais é do que algo despido (ops!) de sentido, vejamos homo+fobia, com o significar creio eu em minha “ingnorança”, não aceitar e ou ter medo (fobia é isso.) de pessoas do mesmo sexo, ou jovens alegres (gays) ora vejamos:
Eu tenho filhos homens a quem amo como é óbvio, tenho amigos que os guardo no coração com um grande amor (fraterno), converso com homens de nossa vizinhança, não temo a nenhum deles, tenho alguns conhecidos que não heterossexuais sabidamente, nem por isso os maltrato e ou deixo de conversar com eles, que por respeito não tentam impingir a mim suas preferências, houve mesmo um que trabalhava sob minhas ordens, que em determinada ocasião me procurou, se declarou gay e que nutria por mim certo amor.
Conversei com ele, declarei-lhe a minha opção hetero, e que nada podia ser diferente.
Na oportunidade, ele caindo em si julgou que por aquela conversa eu o mandaria embora do serviço no dia seguinte, tendo externado esse entendimento.
Acalmei o dizendo que ele até então era muito bom funcionário, cumpridor de seus deveres e afazeres, não havendo razão para tal temor, pois, como responsável na empresa me interessava essas qualidades, que nada tinha a ver com a opção de vida que ele havia escolhido.
O rapaz trabalhou sob minhas ordens por mais três anos, quando pediu demissão em razão de uma oferta melhor de salário.  Na oportunidade da sua despedida, se referiu a minha pessoa como alguém da maior respeitabilidade e humanidade, pois em momento algum tivera eu feito ao longo dos três anos qualquer diferença em razão do que ele havia declarado anteriormente.
Nada fiz de excepcional, a não ser tratar a todos com respeito humano, fosse qual fosse sua cor, suas tendências políticas e ou escolhas pessoas em qualquer nível de suas vidas.
Como professor, certa feita preparando juntos com meus alunos de sete/oito anos uma atividade de integração e sociabilidade utilizando da técnica de teatro educação, dividindo os alunos em grupos, fazendo uma proposta para criação de situações de acontecimentos cotidianos, explicando que eles deveriam discutir no grupo e criar o que iriam representar, apresentando os recursos que iríamos utilizar, tais como roupas, apetrechos, e material para, se julgarem oportuno, tintas de maquiagem teatral.
La pelas tantas, ouvi um grupo que discutia mais acaloradamente, me dirigi a eles e pude ouvir um aluno que dizia com alguma repulsa que:
-Não, eu não vou me pintar de jeito nenhum, eu sou homem e não sou maricas.
Interferi dizendo que: O uso das tintas de maquiagem não era obrigatório, que cada um poderia se sentir a vontade.
Aproveitei a oportunidade para mostrar imagens de cenas teatrais, fotos de índios, neste caso explicando que nas tribos brasileiras, normalmente são os homens que se enfeitam com plumas e ou pinturas coloridas, não ficando por isso menos homens.
Enquanto fazia essa explanação, um garoto interferiu dizendo:
“Eu não tenho vergonha de me pintar, eu sou gay”...
Chamei a atenção novamente para o fato de que a pintura do rosto ou dos braços nada tinha a ver ser isto ou aquilo, que isso é uma característica para a representação.
Após a aula, me dirigi à direção e a orientadora, expus o ocorrido que havia registrado no diário de classe, neste sem identificar os alunos, e após discutirmos a afirmação do último interveniente, decidimos por convocar os pais para uma troca de ideias.
O garoto que se declarara gay, não tinha pais, um deles o abandonara na casa da avó e outro por circunstâncias de envolvimento com drogas tinha recentemente sido assassinado.
-Eu, a direção da escola, uma psicóloga e a orientadora pedagógica, quando da conversa com a avó narrando o ocorrido com a avó, lembrando que aquela não era padrão para uma criança ter opções sexuais, a esta ouviu atentamente toda a explanação do ocorrido.
Ao falar se expressou logo no inicio com as seguintes palavras:
“Eu sabia que isso não resultar em boa coisa.” Acrescentando que recentemente recebera em sua casa um sobrinho que viera do Rio de Janeiro, onde estava sofrendo pressões e ameaças por estar envolvido inclusive com drogas.
Não conhecia o tal sobrinho até então, e quando da sua chegada percebeu sua homossexualidade, e que desde então, ele, o sobrinho tinha se tornado muito próximo desse seu neto, e nos informou que iria tomar uma atitude; não nos declarou qual seria, e nós igualmente não lhe perguntamos.
O assunto não foi mais ventilado na classe, mas pudemos no acompanhamento dos alunos, notar a mudança de comportamento do referido aluno, inclusive participando de todas as demais atividades de forma regular e normal.
Como permaneci, por dez anos no mesmo colégio, pude ver nesse tempo, o garotinho se tornar um rapaz requestado pelas moçoilas e se tornar um solerte namorador, há não muito tempo atrás, conversando com colegas que continuaram no mesmo colégio depois de minha aposentadoria, soube que ele havia constituído família e estava participando de um projeto na escola em que estudara.
O segundo caso, quando acordado no inicio da madrugada de muito mau humor, me deparei no portão com uma amiga e colega em pratos, acompanhada do esposo, que se não chorava estava arrasado.
Meu primeiro pensamento ao abrir o portão para que entrassem, era o fato de seu filho único ter sido vítima de um acidente e ou uma violência qualquer.
Uma vez em casa, providenciamos as famosas mezinhas calmantes, e iniciamos uma conversa, que para a minha amiga, vou chama-la de Magda, parecia tão difícil falar.
Perguntou-me se lembrava de seu filho, após afirmamos que era óbvio que sim, e questionado o que ocorrera, e de que forma poderíamos ajudar.
Magda entre um choro convulsivo nos contou que seu filho já há alguns meses tinha ido embora de casa, com a desculpa de ir passar férias na casa dos tios em outro estado.
-Até ai tudo normal, disse eu, mas qual a razão por querer ficar por lá e não voltar para retomar seus estudos?
-Magda me afirmou que era esse o problema, a razão foi que ele procurou seus tios para lhes expor o fato de que ele estava sentindo atração por garotos, e isso estava lhe deixando desorientado; dito isso o choro de Magda e agora acompanhado pelo marido se tornou mais forte entremeado da palavra: - Veja no que meu filho se tornou...
Pedi que tivessem calma e me contassem desde o principio tudo, como quando ficaram sabendo, e o que sua irmão estava  fazendo e ou entendendo desse caso.
Passado um lapso de tempo, já mais acalmados, me contaram que para a tia, o garoto contou que estava tendo um problema, um corrimento de sangue logo abaixo do escroto.
A tia levou o garoto a um médico, que constatou que o menino, tinha além do órgão masculino, com pênis, saco escrotal, no qual se alojavam duas gônadas atrofiadas, e para sua surpresa, internamente, possuía órgãos femininos, como ovários e útero e uma vagina com uma pequena, muito pequena abertura para o exterior do corpo, logo abaixo do saco escrotal.
Depois desse diagnostico é que a irmã comunicou à Magda e ao pai, que entraram em um torvelinho de emoções que os levaram a me procurar em meio da madrugada.
Passamos então a conversar, e a orientar na medida do possível, que isso não era um caso tão comum, mas ao mesmo tempo nada para o desespero total e absoluto, constatei que o garoto, até então estava sob cuidados de uma universidade na capital do estado com um grupo multidisciplinar e que o caso iria ser tratado  absolutamente sem custos para a família.
Depois de muitas conversas e orientação de que entregasse suas angustias a Deus, e que entregasse igualmente os profissionais que cuidavam de seu então filho, que deixasse que ele ficasse lá longe, que evitasse conversar sobre esse assunto com mais pessoas, nem mesmo com parentes que tinha por aqui.
 Já se fazia manhã, o que nos ensejou tomar um bom café da manhã juntos.
Como Magda estava por se aposentar, disse-lhe que quando isso ocorresse mudasse para a capital desse estado para poder estar ao lado de seu filho.
Após um tempo, mais ou menos uns cinco meses após essa madrugada, recebi a visita de Magda e seu marido, agora numa tarde ensolarada de um sábado, agora mais calma e alegre, igualmente seu marido mais descontraído.
Sentamo-nos para um café da tarde acompanhado de um saboroso bolo que ela trouxera, quando então fique ciente do andamento do caso:
Contou-me ela que a equipe multidisciplinar, depois de uma enorme bateria de exames, físico, psicológico, de DNA, chegara à conclusão de que se tratava de uma mulher, com características externas de um aparelho reprodutor masculino mal formado, mas o DNA era feminino, e que haviam já há algum tempo dado a autorização  para o tratamento cabível.
Informou-me a Magda que inclusive os níveis hormonais, eram mais femininos do que masculinos, fato esse ao que me pareceu, o que desencadeou no então menino a confusão que lhe fizera procurar seus parentes lá de longe.
Seu filho em pouco mais de algumas semanas iria se submeter a uma operação para o retirado do órgão mal formado e inútil, e submetido a uma operação mais simples para conformar a abertura maior da vagina, que segundo ela informou, sob a pequena abertura era de conformação perfeita.
Magda quando de sua mudança, me visitou mais uma vez, choramos e rimos juntos todos nós, com a informação de que tudo dera certo, agora ao invés de um filho tinha uma linda filha.
Orei com eles que se foram embora alegres e felizes.
Passado um bom tempo, recebo um telefonema me dando ciência de que Magda havia falecido, durante a conversa, soube que ela falecera aqui em minha cidade, onde ela vivera toda sua vida profissional.
Veio para ca para se submeter a uma cirurgia de varizes com um médico seu amigo, mas um coagulo lhe ceifou a vida.
Eu e minha esposa fomos ao velório, estávamos para entrar no local, quando uma linda moça loira, muito bonita mesmo e o seu pai nos vieram receber.
A garota abraçou a um só tempo eu e minha esposa, e não cansava de nos dizer, Deus os abençoe, por vocês não conseguem avaliar o bem que fizeram a minha mãe, ao meu pai e principalmente a mim.
Como agora, os olhos estavam marejados de lagrimas.
Aquele garoto, que nunca teve ou se deu a trejeitos e que verdadeiramente tinha um problema de má formação, a que chamamos de hermafrodita, esta ali diante de nós, não como uma falsa figura, mas como uma mulher que geneticamente sempre fora.
Desculpem-me, se quiserem  me classificar como homo+fóbico, que não me atingem, pois, repito, não tenho medo de homem, tenho filhos a quem amo, tenho amigos que moram em meu coração, como diletos amigos, como irmãos de eleição, portanto se quiserem sou homo afetivo, mas nunca homossexual.
Como disse ali em publicação anterior, Deus nos deu um DNA que nos indica como HOMEM ou MULHER, ainda que no meio do caminho, possam ocorrer casos como o narrado acima, mas nosso DNA ou é um ou outro.
Cada um faça do seu corpo o uso que bem o desejar, para isso não é necessário leis, assumam os riscos e os problemas decorrentes desse uso, e saibam que a intervenção cirúrgica que vocês chamam de “fuxico,” afora outros distúrbios, que com o tempo lhes causarão problemas inomináveis e vexatórios.
A verdade de tudo isso é que:
Queiram ou não, aceitem ou desprezem, respeitem ou façam pouco,
V.D.M.I.Ae.
Deus tenha misericórdia de todos nós.

OBS: Os fatos acima expostos são verdadeiros.