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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Aceitar o Evangelho, isso basta?



Puxando pela memória que depois de setenta e quase quatro órbitas terrestres, começa a me causar algum pequenos lapsos, me ocorreu que o próprio Espírito Santo testemunha ao nosso espírito que adquirimos o status de filhos de Deus.
Quando esse lampejo se me ocorreu, tratei de procurar e observar se não estava sendo um discernimento e ou meramente um “eu acho” muito particular.
À bem da verdade acho oportuno esclarecer que não sou e nunca fui dotado da capacidade de me lembrar, número de versículos e ou capítulos, para citá-los de prima, isso feito fui pesquisar e encontrei em Romanos 8:16, essa assertiva.
Então se assim é qual a razão, motivo ou circunstancia que levam tantos sevandijas e sacripantas fazerem o que fazem com o evangelho puro anunciado por Jesus.
A única hipótese razoavelmente aceitável é a de que esses indivíduos dão asas a suas imaginações, e ou aos seus anseios pessoais, e assim acabam por confundir sua própria imaginação como se fora esse o testemunho previsto na Palavra de Deus.
Uma vez isso estabelecido, tornam-se presunçosos, arrogantes e pessoas irritadiças, pouco ou mesmo nada tolerantes com o que ou quem se contrapõe ao que tenha em mente.
Pessoas desse naipe, quando se aproximam e apenas aceitam o evangelho, sem uma real conversão se enredam de tal forma, que o evangelho ao invés de lhes servir como a porta que se abre para a salvação, funciona mais como condenação.
Poderia alguém alegar que basta aceitar o evangelho e estaremos salvos, não sou teólogo e ou outro tipo de estudioso do ramo, mas me parece que aceitar ao fim e ao cabo trata-se apenas de anuir, ou dar consentimento, estar de acordo; desde que me conheço por gente, e me parece que não foi há muito tempo, eu posso estar de acordo com uma enormidade de coisas e ou regras sem que me comprometa com elas.
Salvo engano, essa era a situação religiosa no tempo de Jesus, a grande maioria dos “lideres” religiosos de então estavam de acordo e ou aceitavam as normas e regras cerimoniais ditadas pela religião vigente.
O próprio templo majestoso, nada era mais do que um amontoado de pedras em forma de habitáculo de comércio com o pomposo nome de Casa de Oração, que inclusive causou forte impressão nos apóstolos, quando então Jesus, como grande mestre que é, chamou-lhes à razão para a verdadeira igreja que foi fundada por sua ressurreição.  (João 2: 13-22).
Nos falta nos dias de hoje uma simples coisa chamada conversão, “latu sensu”, mudança de rumo, rota ou sentido, na minha ignorância não basta aceitar, mas converter-se aos ensinos do evangelho; esse caminhar apresenta uma das maiores dificuldade para o ser humano que é o reconhecer-se errado, muito bem ensinado por Paulo quando em Romanos registra: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, o querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está.
  Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico”.
A igreja hodierna esta voltada para atender aos anseios, mundanos e não os espirituais, nem sequer dos evangelhos que esses sacripantas pregam; vão buscar no velho testamento, regras e normas para atender a seus interesses pessoais egoísticos de vanglória, e ou de dominação das mentes despreparadas e mantidas no mais absoluto desconhecimento das palavras de Cristo e de seus verdadeiros apóstolos.
Recriam rituais suntuosos  a partir do judaísmo dos fariseus, tentando dessa forma recosturar o véu do templo rasgado pela morte de cruz de Jesus.
 Planejam templos pomposos, construídos à custa de mentiras, de semeaduras, de fogueiras e ou de vendas de carnês disto ou daquilo, imitadores baratos dos vendedores de indulgências garantidoras de acesso aos céus mediante pagamentos.
Tétzeis (A) baratos e gananciosos de olhos nos incautos religiosos de frases feitas, de pessoas de boa fé, simplórias e ou gananciosos de plantão que querem a todo e qualquer custo serem senhores, serem os primeiros, serem cabeças, que não titubeiam pagar o que quer que seja para que lhes garanta uma oração forte, uma fórmula para obrigar a deus (1) os ouvir e atende-los em suas mais egoísticas vontades, afinal não são donos do mundo, mas são filhos do dono... o que lhes garante  o inalienável direito da herança.
De Cristo, do sacrifício na Cruz, no necessário arrependimento, na conversão verdadeira, no se tornar sal da terra, do ser luz para espantar as trevas, de amor ao próximo, bem disso não se fala, e a cada dia menos ainda, afinal a igreja hoje é medida por números, da riqueza de seus templos, das posses de “seus homens de Deus” de seus aviões que a título de espalhar as “boas novas” lhes permitem esbulhar um maior numero de incautos.
Volto a dizer me espanta o crescimento exponencial de evangélicos, números esses que acompanham na mesma razão o crescimento da violência de todos os naipes, do crescimento de políticos inclusive ditos evangélicos que oram agradecendo a deus o recebimento das propinas oriundas de suas particulares corrupções.
Nossos dias estão difíceis, não quero arvorar-me a criar expectativas alarmantes, mas recomendo que leiamos o Capítulo 24 de Mateus, afinal são somente cinquenta e um versículos, e vamos orar com coração constrito para que Deus possa se apiedar de todos nós.
A verdade é que apesar dos pesares a única coisa certa em tudo isso é que:

V.D.M.I.Ae.

(A) João Tetzel foi um padre dominicano, talvez melhor conhecido por ter pregado a concessão de indulgências no século XVI.
(1) Grafada propositadamente em caixa baixa, por não se referir ao Criador dos Céus e da Terra.