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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Lembranças de um desconhecido



Estou neste exato momento pensando a respeito do passado, não, não do meu passado, este está muito claro como um filme em minha mente cansada de tantas órbitas percorridas.
Estou indo a um passado mais remoto, cerca de dois mil e alguns anos, e em um lugar especifico, terras de Israel.
Interessante que nessa invasão desse determinado passado, vejo um homem, forte, olhar penetrante, voz mansa, mãos com alguns calos, uma roupa simples e pés quase sempre empoeirados.
Um homem até hoje muito estudado e muito pouco conhecido.
Em nossos dias suas palavras, quase nada contam para nossa vida.
A pressa domina nossos dias, até mesmo nosso coração costuma bater mais rápido do que os setenta ou setenta e dois batimentos por minuto. Comemos muito acima de nossas necessidades orgânicas, ouvimos todos os sons que são produzidos neste mundo de ansiedades.
Aquele homem desconhecido lá do passado caminhou pelo mundo, o seu mundo, não usou aviões, não tinha nem mesmo onde repousar sua cabeça, e com sua fala mansa e suave, falou a multidões, sem usar qualquer aparelho e ou artifício e ao que consta era ouvido.
Não falava do que outros haviam pensado ou escrito, para ele as autoridades religiosas eram pouco mais que aproveitadores do povo, cegos conduzindo cegos.
Esse homem desconhecido, a um simples chamado, reuniu em torno de si, doze homens igualmente simples, de muito pouca formação intelectual, que mais adiante, quando nos templo encontravam-se doutores da lei que mais adiante iriam moldar o mundo de tal maneira que a história é identificada como antes e depois desses desconhecidos.
Esse desconhecido não tinha preconceitos, dirigiu-se às mulheres, quando elas pouco valor social possuíam, não as segregava por suas atitudes e ou atividades, as alertava para o caminho da verdade do reino de Deus.
Ensinou que a adoração a Deus não havia de ser feita em um templo e ou em um monte, tão em voga em nossos dias, mas chegaria o tempo em que adoraríamos a Deus em espírito e em verdade, adoraremos a Deus a cada instante em nossas vidas e em qualquer lugar.
Esse homem simples e desconhecido tem sido explicado por rios de tintas e toneladas de papeis impressos, por bilhões de registros eletrônicos, por quilômetros de fitas de vídeo e de celuloide, e ainda assim na sua iconografia é registrado como um fracote macilento, de um olhar de pessoa famélica, coisa impensada para o filho de Deus, que mui provavelmente em sua juventude trabalhou como carpinteiro, manejando ferramentas manuais como garlopas pesadíssimas, plainas, serras, martelos etc. o que no mínimo lhe desenhou os músculos.
Esse homem desconhecido se disse ser “o caminho a verdade e a vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim”, coisa clara, lapidarmente cristalina e objetiva, que ao longo destes dois mil anos, muitos explicam por sua ótica pessoal, e ou até mesmo por seus desequilíbrios mentais, levando milhares e ou milhões por caminhos que de verdade nada tem, levando multidões até mesmo à morte, o que é pior não só morte física, mas também espiritual.
Esse homem simples e desconhecido, não criou nova doutrina, mas respeitou os profetas de seu povo, abraçou a lei religiosa, despindo-a de seus penduricalhos que mais atrapalhavam o acesso a Deus pelo povo.
Apanhou toda a lei religiosa, tão cara aos sacerdotes de plantão naqueles dias, e a resumiu e simplificou-a resumindo a dois pequenos itens que dizem: Amem a Deus de todo o teu entendimento, e amem ao próximo como a ti mesmo.
Por primeiro devo amar a Deus, segundo devo ter amor por mim e ter esse mesmo amor pelo meu próximo, advertindo-nos de como podemos dizer que amamos o próximo se não amamos a Deus.
Esse desconhecido até mesmo em nossos dias entendeu de que por si mesmo o homem não conseguiria tirar o seu pé do pecado, cujo resultado seria a morte, esse desconhecido chamou para si na cruz todos os pecados do homem, até mesmo o seu e o meu, e daqueles que irão nascer, pois deu testemunho disso quando no jardim antes de seu sacrifício vicário orou e disse a Deus pedindo que cuidasse dali em diante de todos os que haviam apresentado-Lhe, mas pedindo igualmente por todos os que vierem a crer no meu nome.
Se você ainda não sabe quem é esse desconhecido, vá procurá-lo, primeiro em oração, e em seguida abra uma Bíblia em qualquer dos evangelhos e leia-os, mas leia saboreando cada palavra, e depois leia a carta de Paulo aos Romanos, leia esta epistola com cuidado remoendo cada palavra, bem se depois disso você ainda continuar desconhecendo esse simples homem, bem, então que Deus tenha misericórdia de mim e de todos nós.
V.D.M.I.Ae.