Temos lido ultimamente em várias publicações, evangélicas ou não noticias
a respeito de um avanço dos pastorastros a caminho da hegemonia do pensamento
dito evangélico: -- Já tem um papa gospel, não vou citá-lo, pois se o dito cujo
decidir acender a fogueira da inquisição contemporânea o primeiro churrasco
serei seguramente eu, posto que fraco e desconhecido.
As profetadas estão ai a dar com pau. É o fim do mundo, arrebatamento,
e novo esquema de gerir as finanças, da Igreja, de dizer que dízimo é obrigação,
oferta tem que ser generosa e maior que o dízimo e outras coisas que tais, como
ventos de prosperidade, dízimo antecipado... Vamos ficar por aqui.
Tem por ai até igreja fornecendo grátis, para os fieis uma planilha
formatada para os fieis controlarem suas finanças com um item sob o título: Investimento
no Reino com os subitens - Dizimo ofertas voluntárias, ofertas na Igreja,
ofertas alçadas, ofertas na célula, etc, percebam o “Investimento” a sugestão
subliminar de retorno, juros, vantagens... tem até igreja fazendo uma
regulamentação farisaica do dízimo vide: http://www.arcauniversal.com/iurd/noticias/saiba_como_devolver_o_dizimo_corretamente-3522.html
A cada dia que passam eles os pastorastros, estão se revestindo de
arrogância e truculência, não se espantem se dentro em breve ouvirmos que
irmãos que questionam atitudes desses refolhos vierem a ser agredidos
fisicamente, já que moralmente o são: “Por acaso o Senhor sabe mais que um
pastor?”
Pois esses tais pastorastros descobriram que devem aumentar a sua
cobertura guardachuval unindo-se em esquemas espoliativos dos incautos, às
vezes me pergunto: Incautos? Ou pessoas que querem levar vantagem em tudo, até com
Deus.
Isto posto, esperem; pois caso esses esquemas de controle de dúzias se
desenvolver em regiões brasileiras nas quais a cultura das letras é apanágio de
poucos, infelizmente iremos assistir acontecimentos estarrecedores.
Precisamos de uma nova Reforma da igreja...
Vou ousar no que vou afirmar, desde já deixo claro que não estou
lastreado em tese, livros, pensadores, pastores, mestres e outro qualquer
esquema, mas apenas somente em pensar, pensar, pensar... Não sou dono da
verdade, mas sempre gostei e gosto que as palavras signifiquem o peso que elas
trazem em si.
Dai, fui buscar a palavra REFORMA, encontrei: v. 1. Tr. dir. Tornar
a formar; dar forma melhor e mais aperfeiçoada a. 2. Tr. dir. Mudar, no
todo ou em parte; reorganizar, atualizar.
A afirmação a seguir pode parecer estranha, a primeira reforma, não
aconteceu, a bem da verdade e da exatidão.
A igreja de plantão no século XVI não foi reformada.
A busca da reforma da igreja foi uma incessante e insistente, pelo
menos desde o século IX; uma aspiração que persistiu por cerca de setecentos
anos. Aqueles que nesses sete séculos lutaram se manifestaram em busca de um
retorno ao evangelho que nos foi deixado pelo trabalho de Cristo; que não
tentou reformar a antiga hierarquia religiosa de seu tempo, sacerdotes inocentes
diante do que vemos hoje, mas veio cumprir a Lei e instalar o Reino, através de
uma lei suave, o amor, primeiro pela aceitação da NOVA ALIANÇA, firmada com seu
próprio sangue, mas nesse período de setecentos anos os que levantaram a voz
contra os desmandos dos Patriarcas de então, foram queimados em Santas
fogueiras inquisitoriais, e assim foi não só nesse período considerado, mas por
muito tempo depois do século XVI.
Se atentarmos bem para a historia, veremos que a conjuntura,
principalmente na Europa Central, propiciou a ação aos que desejavam uma
reforma da igreja, e levantando suas vozes, encontraram um caldo favorável para
a divulgação e efervescência dos ideais e idéias de pessoas como Lutero, Zwinglio
O fato de a Suíça e a Alemanha serem federações, onde os atos
políticos eram, por norma, acertados em Dietas ou assembléias, reuniões dos
nobres eleitores, por voto majoritário depois de amplo debate, permitiu que
essas idéias da volta ao evangelho puro fossem debatidas e expostas.
O nascimento da imprensa que permitiu a divulgação dessas idéias em inúmeros
exemplares ao alcance de muitos.
O nascimento de um grupo social que ia se enriquecendo com o comercio
nascente e que em razão desse enriquecimento está ávido de conhecimento e de
estudo, o que anteriormente era privilégio de nobres e do clero, permitindo um
campo fértil para a discussão desse novo ideário.
A publicação da Bíblia nas línguas nacionais, tornando-a mais acessível
o povo.
Além desses fatos diria eu locais, tivemos ainda uma luta entre o
Chefe da Igreja de Plantão com alguns nobres que almejavam hegemonia de poder,
disputando no campo militar e no campo de intrigas e conchavos, que permitiu certa
paz aos divulgadores dos ideais de uma reforma, até mesmo a ameaça de invasão
por parte dos árabes nas áreas vizinhas, que fez com que o Imperador de plantão
(Carlos V) tolerasse o desenvolvimento da reforma que ia se processando em
algumas áreas na Alemanha e Suíça, em troca de tropas para atender a ameaça dos
árabes.
Todos esses fatores propiciaram tempo e relativa liberdade para que se
desenvolvesse gradativamente os conceitos de retorno ao evangelho puro no seio
do povo.
Nos locais onde o evangelho há muito sido pregado em sua simplicidade
e força, este foi facilmente adulterado pelos sevandijas da época, fazendo
pequenas alterações gradativas, torcendo lá e cá textos bíblicos, criando
decretos, distorcendo documentos e ludibriando seus ouvintes, envolvendo-os com
sutil esperteza.
Quero me dar à liberdade de pensar que muitas pessoas de então também
se sentiam ludibriados, e descontentes com os abusos, mas submetidos pelo poder
do clero, as ameaças de excomunhão, das ameaças das fogueiras e dos afogamentos
os mantiveram calados até o século IX quando aqui e ali surgiam luzes da
verdade que eram logo suplantadas pela luz das fogueiras santas...
Quando o evangelho penetrou na Europa central, ele já chegou eivado de
vícios e deturpações da igreja de plantão, foi adotado pelo povo como
verdadeiro dentro da forma que lhes foi pregado.
Quando os reformadores com seus artigos publicados e suas pregações
começaram a espargir a verdade do evangelho permitiu ao povo confrontar o velho
com o novo e a usar a Bíblia como pedra de toque, isso introduziu um oxigênio
revigorador, no meio de uma fé anaeróbica de então.
Na Europa central houve uma reação forte e eficaz, a ponto de ser o
século XVI um divisor da História dos homens... O Renascimento da liberdade das
artes, da fé, da cultura, o obscurantismo mantido por uma religião que
favorecia a superstição, foi sepultado no mundo
Faltou nesse período à pá de cal, que seria a REFORMA da igreja de
plantão dita católica e romana.
Mas, o que verdadeiramente ocorreu foi um cisão com a igreja arcaica
ainda envolvida em vícios, erros e desmandos que teve que varrer para baixo do
tapete da Contra-Reforma.
O que surgiu foi igreja com o devido respeito Reformulada, pouco mais
ou pouco menos, mas, com uma volta plenamente oxigenada pela liberdade
responsável diante de Deus, uma nova moralidade, uma nova ética, a valoração do
ensino e da cultura ao alcance de todos, ricos e pobres, homens e mulheres, e
uma revalorização das relações político-sociais.
A igreja, aquela pregada pelos apóstolos que fora subvertida e
açambarcadas pelos interesses e ganância de seus dirigentes teve que se adaptar
aos novos ventos libertários para não ver a maioria de seus seguidores se
bandear para o lado oxigenado da fé, fazendo ajustes, coibindo alguns
desmandos, mas mantendo seus principais erros até os dias de hoje.
No arraial dos reformulados explodiu desde o principio o ego de alguns
diante da liberdade propalada, e desmandos também foram feitos em nome de Deus.
A igreja dita romana era dominada por um poder centralizador e
hegemônico, com um esquema clerical hierarquizado, prosseguiu perseguindo o
evangelho verdadeiro pelo mundo de então, com o beneplácito de governos
dominados por nobres flácidos de poder e de moral, para os quais o interesse
pessoal valia mais do que tudo.
A Igreja reformulada, através
de seus mais proeminentes pregadores, desde logo percebeu que o seu
desenvolvimento e progresso, passariam necessariamente, pelo ensino, pela
necessidade da criação de um povo minimamente desenvolvido nas artes culturais,
aonde a necessidade básica e o saber escrever, ler, na língua nacional,
previram também a necessidade de preparação das jovens mulheres preparando-as
para uma vida plena na sociedade que se afigurava livre das amarras de um clero
que até então haviam mantido a sociedade escravizada com ensinos extra-biblicos,
lastreados em doutrinas eivadas de filosofismos distantes das verdades
registradas nos evangelhos.
O século XVI sofreu um impulso tão grande que muitos historiadores que
debruçaram seus olhares imparciais nesse período não se furtam em afirmar que todos
os campos da vida humana foram permeados por um avanço, educacional, moral,
político, e social tão grande sob o manto da restauração da verdade simples do
evangelho, que o distingue dos séculos anteriores.
Mas a igreja de plantão hegemônica, que teve suas ambições
contrariadas, mergulhou na busca de retomar seu antigo poderio, em alguns
estados aonde a revolução efetuada com a bíblia e o ensino de todas as classes sociais,
não fora suficiente forte para dominar a sociedade, se lançou em campanhas dominadoras
através do que foi chamado contra reforma, inquisição, e outros processos que recolocavam
seus fieis que buscassem um pouco de luz espargida pela igreja reformada
através de seus escritos, sob o foco da “justiça” de seus tribunais
eclesiásticos. Foram acesas muitas fogueiras santas para corrigir os erros;
segundo eles.
No arraial dos reformados, por não existir um poder centralizador,
pois um dos sustentáculos do ideário dos
evangelhos é o sacerdócio universal, e o Senhor da igreja; a Cabeça do corpo da
igreja estar centrado em Jesus Cristo inicia-se nesse mesmo período os
desmandos dos menos preparados para compreensão da liberdade obtida na cruz,
promovendo toda uma sorte de desmandos em nome do evangelho.
Fatos esses que propiciaram a igreja hegemônica usar desse argumento
para querer reafirmar serem a única igreja verdadeira, já que possuíam uma só doutrina,
e tradição, segundo eles, seu chefe remontava a Pedro o apóstolo, um só
comando, enquanto no meio dos evangélicos explodiam grupos pró isto ou aquilo.
Passados alguns séculos desde os gloriosos tempos da luta, verdadeira
batalha para o retorno do evangelho, período que cobrou muitas vidas em defesa
das verdades cristãs, em uma época de maiores liberdades sociais, estamos
vivenciando momentos estarrecedores, onde a incultura, e a ignorância se alastram
como erva daninha sem controle, da qual os sevandijas se valem para a
implantação de doutrinas espúrias lastreadas em sonhos, visões e outras idiotices,
por meio das quais são submetidos a servi-los em suas megalomanices.
Uma escola ineficaz, pais não compromissados com transmitir valores
sociais a seus filhos, interessados somente em formá-los para o enriquecimento,
despidos de valores éticos e religiosos, uma sociedade que a cada ano entrega diplomas
a uma multidão de analfabetos funcionais.
Só podíamos desembocar neste caos, político, social e religioso
evangélico mercantilizado e arrecadatórios para a manutenção de programas
suntuosos sob a mistificação de estarem pregando o evangelho, sim, mas qual
evangelho? O verdadeiro?
Não um pseudo-evangelhos do enriquecimento no aqui e agora, e quando
são acusados disso nos, da busca de bens, e quando assim são confrontados, nos acusa
de querer pregar um evangelho de miséria.
A verdade do evangelho de Jesus sempre foi segundo minha experiência
de vida, é exatamente ao contrario, vi famílias muito pobres e mal vestidas,
morando em locais precários, quando da aceitação do Evangelho do Sr Jesus,
principiarem por remeter seus filhos à escola, cuidarem melhor de suas casas,
direcionarem seus esforços para uma melhor mudança no rumo de seus parcos
recursos, e em não muito tempo depois estarem muito longe da miséria dos
primeiros dias.
Mas o que temos nos nossos dias, pastorastros que se quer disfarçam o
luxo com que se vestem; os relógios de ouro que portam: os palacetes e os
carrões, aviões etc., que possuem: que arrancam de um povo despreparado e
enganado no tocante ao verdadeiro evangelho, que quando lhes é pregado, só lhes
é dado conhecer textos retirados do seu contexto, ao sabor dos interesses dos
pregadores, que os iludem em uma busca ilusória de seus sonhos, pelos seus
sonhos, e em nada apresentando modificações em suas vidas de ordem pessoal. Já desde
os anos sessenta me espantou e espanta o fato de que a moralidade e a
criminalidade crescem em locais aonde cresce o número dos ditos evangélicos,
quando a verdade histórica da reforma do século XVI, nos mostra que era
exatamente ao contrário.
Afora algumas seitas que vendo esvaziar seus suntuosos templos,
mantidos a custa de engodos, e promessas vazias antibíblicas, apelam para pregações
ameaçadoras, do tipo: “Não saia de nossa igreja, pois o demônio irá vos dominar”,
citam ocorrências como o caso da queda dos prédios no Rio de Janeiro, como obra
do capiroto para atingir ex-obreiro e ex- pastores.
Aonde iremos parar? Sinceramente
eu não sei.
Hoje tenho absoluta certeza, que a única, cabal e possível Reforma da
igreja, hoje auto denominada evangélica, é tão simples e facilmente realizada,
tanto que é considerada utopia, sonho louco.
A volta aos ensinos puros e simples do evangelho da nova aliança, é
isso é coisa que não necessita de multidões, isso deve começar pelo templo
reconstruído por Jesus Cristo na sua vitoria na Cruz, o templo no qual habita o
Espírito Santo. Isso mesmo, a reforma tem que começar por mim que estou escrevendo,
você que esta me lendo...
Isso mesmo é simples assim, e por ser tão simples é que se torna
muito difícil, ou seja, é uma loucura, pois não depende de nada mais do que eu,
comigo mesmo e o Sangue purificador de Cristo.
E a igreja, como fica?
De qual igreja estamos falando, da que esta construindo um templo tão
fabuloso quanto ao que construiu Salomão? Da igreja que te convida a adquirir o
carne da dos setenta mil ofertando setenta reais? Da igreja que implanta em seu
esquema as tão famosas células. Coisa reavivada dos Cursilhistas, ou dos
Comunistas que mais serve para subordinar as pessoas do que levá-las ao Caminho
e a Verdade (Cristo). Ou seria a igreja do pregador que não tem amor suficiente
para sofrer contraposições de suas idéias recém modificadas, ontem atacava,
hoje as defende, chamando aqueles que o fazem de “Idiotas, desocupados,
despreparados,” para usar somente as ofensas mais palatáveis, que se esqueceu
do verdadeiro evangelho do amor, que tudo suporta.
Qual igreja verdadeiramente queremos-nos?
Que sacerdote queremos, para nos orientar? O Sumo Sacerdote da nova
aliança, ou esses novos sevandijas, que a cada dia se arvoram com novos títulos
vazios?
Eu e minha casa queremos seguir o Caminho a Verdade e a Vida, queremos
estar plenamente debaixo da Nova Aliança, firmada com o Sangue do Cordeiro que
tira o pecado do mundo.
Perdoem-me este exercício de angustia diante de tudo o que está aí...
Possa Deus ter ainda, misericórdia de todos nós.
Pois a única verdade é que:
V.D.M.I.Ae.
Republicação.
(*) Eclesiastes 7:29
(*) Eclesiastes 7:29