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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Saudades do passado remoto, ou Sonhos utópicos.


O Barão vai voltar a ter saudades do passado, não do recente, mas, do remoto.
O século XVI nos legou duas alterações de profundo alcance: uma foi a de cunho religioso, incontestável e profundo, a reforma lastreou a Salvação oferecida por Deus ao homem, exclusivamente na fé em Jesus Cristo e enfatizando que a arma para vencer o inimigo é a oração e a presença do Espírito Santo de Deus.
A outra contribuição, igualmente de importância foi a de estender a educação, antes destinada aos nobres, a todos os cidadãos.
A primeira restitui ao homem o acesso à salvação pelo caminho rápido da fé, colocando dessa forma, o sacrifício de Jesus Cristo no lugar planejado por Deus; restituindo a luz espiritual aos homens.
A segunda promoveu a libertação do homem, desta vez através de abrir o caminho para a luz do intelecto e do conhecimento; se atentarmos bem veremos que a abertura da escola ao cidadão comum, consolida e promove o caminho da salvação, por romper os grilhões da ignorância, mantidos pelos clérigos de então, promovendo por primeira vez o sentido democrático do sacerdócio universal do crente.
Veja este trecho do livro J.H.Merle D”Aubigné, Hist. da Reforma pág.45-Casa Ed.”. Presbiteriana.
"... Depuraram o clero, demitido todos os padres de vida escandalosa; cederam parte da propriedade da igreja para a manutenção do culto público, e a parte restante pôs fora do alcance de roubo. Prosseguiram na supressão dos conventos e estabeleceram, em todo o lugar, uma unidade de ensino..." (escola).
Nesse aspecto nosso país, passa ao largo, embora muito se fale em educação. Basta atentar para as últimas estatísticas sobre o assunto e verificar a colocação que nosso país ocupa. Para dizer pouco: vergonhosa. 
Todo esse "imbróglio" começa em casa, quando um grande número de progenitores acredita que educar é não deixar nada faltar aos filhos, a escola, embora cheia de grandes ideais por parte de muitos professores, que recebem uma formação ligada às mais modernas tecnologias, trabalham com teorias importadas distante das realidades do público alvo (alunos); escolas que ainda priorizam o giz, onde o critério de disciplina é algo utópico, aonde o aluno tem todos os direitos e o professor o dever de aprovar; quando este busca autoridade para trazer o aluno à razão, ou apanha dele ou é execrado pelos pais. É só prestar atenção nos últimos jornais.
O país passa por uma premência de técnicos para promover o crescimento econômico; como não podia deixar de ser, a escola se adapta a fornecer esses técnicos, o aluno não recebe a educação social básica em casa, na escola a educação formadora é relegada a segunda plana, e enfatiza-se a formação técnica, as humanidades são relegadas ao plano zero.
À criança, ensina-se a ler, escrever e a contar; quando o ensino evolui para cálculo, redação e estudo de coisas mais abstratas; como se diz por aqui:
"A coisa pega."
Daí o número absurdo de analfabetos funcionais.
Quais as consequências disso no caminhar da nossa sociedade?
É o que estamos vendo no dia a dia, a Igreja, no meu entender o único departamento social, que poderia fazer a total diferença, como aconteceu no conturbado mundo do século XVI, onde nobres exerciam seus desmandos econômicos e morais, a igreja de então não ficava atrás, imitando em tudo a ordem civil de quem copiara o sistema, mantendo o povo na ignorância total, não o faz.
Hoje o foco é o crescimento econômico, não só do governo, não sou contra isso, mas a margem disso estão contingentes enormes de pessoas, aos quais se estende esmolas, bolsas isto ou aquilo, não os preparamos para o futuro, lhes damos os peixes, não os ensinamos a pescar, são assoberbados de promessas descartáveis, festas, muitas festas, ou seja, o velhíssimo: "Panem etc circenses", (pão e circo), a forma com que governaram os velhos imperadores romanos.
A igreja de hoje busca também o crescimento econômico, almeja ganhar o mundo, parece que o céu é utópico e longe demais e não dá lucro, Deus está a serviço de promover a benção de dar em dobro a oferta que você depositou no altar. Seus ministros estão voando nas asas ”abençoadas” de Jatos para poder esfolar maior número de ovelhas no menor tempo. De tudo se vende em nome da fé, canecas, chinelos, gravatas, camisetas, canetas, lenços e travesseiros ungidos, muito provavelmente já venderam suas almas, como o fizera Dr.Faust da velha lenda alemã.
Não são mais servos de Deus, mas, Pai, Patriarca (esposa do tal, cuida de vigiar se têm serviçais contratadas, ele pode querer seguir a risca a bíblia...), Apóstolos, Visionários de dúzias, Grupos cujos lidere disseram a Deus, quando supostamente estavam em estado de pré-morte após um atentado:

-"Senhor não é minha hora. Você precisa de mim na terra"...

Atenção é o barro dizendo ao oleiro o que fazer. Essa figura que se arvora a dizer o que Deus deve fazer, (Cesar Castellanos), está querendo transferir,alias, já transferiu sua mazela para o Brasil, pois parece que na Colômbia, o resultado foi o de ter grande número de seguidores, mas mudança de situação, moral e social, o resultado foi zero ou quase.
Assim sendo, precisamos mais do que nunca antes neste país, denunciar, anunciar, cobrar, exigir, reclamar dos desmandos de quem quer que seja, e espalhar a verdade do evangelho, não só por escritos, mas por exemplos de vida em nosso dia a dia.
Exigindo que a escola alcance excelência, não só para prover elementos para ocupar postos para o crescimento econômico, mas também para a formação de pessoas aptas a promover o crescimento social e moral da sociedade.
A igreja precisa resgatar sua parcela na formação moral e intelectual no mínimo das crianças de seus fieis, e pararmos urgentemente com essa macumba gospel.
Faz-se necessário fazermo-nos servos de Deus e não filhos mimados e exigentes das benesses.
Mais do que nunca nos presentes dias, precisamos aprender e restaurar o valor e a importância da palavra simples e poderosa: NÃO.
Não aos desvios doutrinários por mais bonitos que sejam.
Não a pastores sic est., que se desviam dos ensinos bíblicos.
Não aos corruptos de toda a espécie que pululam por este país rico por natureza.
Não aos pastorastros que sonham em ministérios megalômanos, através da espoliação e de promessas anti-bíblicas, falsas e mentirosas com o objetivo de angariar fundos para a satisfação de seus egos.
Não a toda e qualquer mensagem que não tenha apoio bíblico.
Não a toda e qualquer palavra vinda de um  púlpito que não seja da edificação do ser humano para a caminhada em busca da vida eterna, baseada no sacrifício de Jesus na Cruz.
Não a todo o pastor que não promova o Amor ao próximo, como regra básica de fé na consecução da busca do Reino de Deus.
Não todo e qualquer movimento que seja mero ativismo e ou espetáculo, que não busque o verdadeiro estabelecimento da transformação do amor ao próximo em atos palpáveis e verdadeiros.

Já o disse em outro lugar nestas escrevinhações, nos orgulhamos de ter atingido o numero de quarenta milhões ou quase isso, vamos pensar juntos,
Os nãos evangélicos promovem anualmente um esquema de doações voluntárias e constroem um centro de atendimento completo e funcionando com os valores doados, centros esses que realmente fazem diferença para muitas famílias que ali levam seus filhos deficientes para serem verdadeiramente atendidos e recuperados para atividades produtivas, então vamos lá:
Se cada verdadeiro evangélico doar somente um real, isso mesmo um só real todos os meses, quer me parecer que teríamos no mínimo um valor de vinte e cinco milhões de real mês, por baixo. Mas isso é utopia e sonho, pois o orgulho e a cegueira denominacional que nos tolhe a visão do reino não nos permite ver nem mesmo frente dos olhos, temos enormes traves diante de nós.
Outro problema sério desta utopia é esbarrarmos em muitos Ananias e Safiras, e quem administraria tudo isso, num mundo em que até mesmo no arraial evangélico nos deparamos com um não pouco número de pessoas despidas de caráter e pudor.

As vezes não dá para manter a calma, mas saibam todos que:

V.D.M.I.Ae

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