Muito compungido e coração
apertado que vou escrever tendo por fundo o ocorrido em Santa Maria, hoje,
passados quatro dias, estamos vivendo, passeatas, demonstrações diante disso ou
daquilo, faixas pedindo justiça a todos.
Podemos entender tudo isso, pois
a dor de perder um filho é um buraco negro em nossa vida, que suga todas as
forças, sonhos e o próprio futuro de um pai ou uma mãe nessa situação.(só quem viveu, sabe.).
Todos estão empenhados na caça às
bruxas, queremos analisar e saber quem foi o “responsável” por tal número de
mortos. E óbvio que objetivamente eles existem, mas existe em tudo isso um
tempo anterior a tudo isso.
A respeito do assunto ouvi um
apresentador de programa na madrugada, dia desses dizer: “Não frequento mais esses
locais, mas quando o fazia como apresentador de espetáculo, vi muitas mazelas e
na época não as denunciei, sinto-me, portanto um pouco responsável por essa
tragédia, na verdade, todos nós somos culpados”.
Agora todos nós estamos a
considerar a necessidade de alvarás, licenças, e fiscalizações, mas quando frequentamos
locais assemelhados, não nos damos ao trabalho de sequer com uma simples
atenção ao ambiente notar que ele está superlotado, não olhamos logo ali na
entrada e ou na bilheteria ao quadro onde consta ou devia constar exposto ao
publico o quadro com os alvarás autorizantes.
Entramos nesses ambientes e não
nos inteiramos da existência dos necessários, e previstos legalmente,
extintores de incêndio e saídas de emergências.
Ouvi comentários de que os
artistas que se apresentam em espetáculos nesses locais, deveriam quando da
assinatura de seus contratos, exigir a apresentações dos alvarás e das licenças
necessárias por exigência legal, ao que uma cantora disse com todas as letras; “Se
fizermos essas exigências não iremos nos apresentar em lugar algum, pois a
grande maioria está estabelecida de forma irregular por uma ou outra razão”.
Essa atitude faz
parte do grande esquema geral da geleia nacional, do jeitinho brasileiro, do
caixa dois, do dinheiro não contabilizado, do molha a mão, da corrupção, do
maior lucro propiciado pelo uso de material inadequado ou de segunda categoria;
veja o, já quase esquecido, caso Naya (http://veja.abril.com.br/110398/p_024.html),
e muitos outros por este Brasil afora que por “razões sociopolíticas e ou
financeiras” não são dadas a conhecer a grande massa da população desta terra
brasilis, até mesmo por estar mais ligado no que disse esta ou aquela
celebridade com a maior superfície de pele exposta, e ou gastando seu tempo
muito importante em acompanhar uma das formas mais refinadas da bisbilhotice, e
fofoca sem compromisso que chamam de novela.
Logo após essas
tragédias anunciadas de antemão, mais uma vez, veremos nossos representantes
legislativos, se reunindo às pressas, apresentando condolências às famílias enlutadas
e ou atingidas por catástrofes naturais com a do Rio de Janeiro em 2011, quando
novecentas pessoas morreram (não eram classe média), e apresentarem medidas enérgicas
para debelar e ou conter tais ocorrências, com criação de novas leis, visando
proibir e ou coibir isto e ou aquilo, punir de forma mais rigorosa os culpados
como o fizeram com os responsáveis pelo afundamento do superlotado Bateaux
Mouche, o foram, sic est, http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL937563-5606,00-VINTE+ANOS+APOS+ACIDENTE+DO+BATEAU+MOUCHE+NINGUEM+ESTA+PRESO.html;
como fizeram quando do aumento de assassinatos a tiro; banindo ou tentando banir
o uso de armas complicando a venda das mesmas em lojas regularizadas.
A esse respeito
uma minha neta de pouco mais de oito anos comentou:
“Vô será que os
deputados não sabem que bandido não compra arma em loja?”
Vamos assumir
todos nós desde o Governo Federal, Estadual, Municipais, todas as câmaras de
representantes do povo em todos os níveis, e todas as demais instituições da
sociedade civil dita organizada, onde se incluem todas as igrejas de todos e
quaisquer matizes, nós o pais, enlutados ou não, todos nós jovens e ou velhos; que
somos os verdadeiros culpados; quer aceitemos ou não isso. Podem parecer
palavras duras, essas ai em cima, mas não deixemos de observar que a verdade é
ácida e ás vezes agride, razão pela qual nos a jogamos, com muita frequência, para
baixo do tapete.
A sociedade na
sua totalidade é a soma de cada individuo, e não esqueçamos que nenhuma
corrente pode ser mais forte do que seu elo mais fraco.
Deus possa ter
misericórdia de todos nós, apesar de nós mesmos.
A única verdade
incontestável é que:
V.D.M. I. Ae.
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