Lá pelos idos de 1880 e poucos, nosso célebre escritor Machado de Assis lavrou um conto sob o título de: A igreja do Diabo.
Trata-se de um conto que atribui o fato a um velho manuscrito beneditino, mas ao lê-lo vemos bem que o autor tinha conhecimento de sua época, como por outro lado, do homem.
O diabo do conto ao querer sua igreja argumenta: “Pois enquanto outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única ; não acharei diante de mim,nem Maomé nem Lutero;...”
A seguir comenta, argumentando com Deus, que muitos que se ajoelham nos templos o fazem cheios de resquícios de falsidades e continuam praticar iniquidades...
Uma vez na terra, o diabo envergou a túnica larga de uma ordem religiosa e começou a espalhar sua doutrina “nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia a seus discípulos e fiéis as delicias da terra e toda as glória, os deleites mais íntimos.”
O conto continua: “procurando reforçar sua obra: cortar por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor ao próximo era um obstáculo grave à nova instituição.”
E assim foi até que..., bem, se você quiser ler o conto faça-o mas volte aqui.
A esta altura vamos fazer umas observações:-
O autor diz que o diabo cansou-se de ser desorganizado e de viver com o que sobrava da religião, decidiu então fundar sua igreja.
Deve tê- feito neste nosso século, encontrando alguém que o ouvisse e criasse em seu nome -uma vez que ele mesmo não é capaz de criar algo a não ser a mentira- um esquema completo, redondo e eficaz para fazer adeptos e crescer de forma geometricamente enganadora pelas promessas miríficas de todos seus sonhos, de poder, de mover o sobrenatural, de determinar e subordinar as realizações de Deus à seus sonhos de dinheiro e poder.
A ser o único e verdadeiro representante da verdade divina, pois “deus” lhes falou em revelações e ou sonhos, sendo todas as religiões falsas, e dignas de uma guerra santa.
Guerra essa que sempre começa como todas as outras, escaramuças, lá e cá, com seguranças querendo intimidar, com ameaças, a divulgação do verdadeiro evangelho, podendo com isso chegar até as fogueira do século XVI; só que com maior eficácia dos processos, difamações, censuras, proibições etc. Podendo mesmo usar meios físicos violentos.
Não podemos nos esquecer aonde esse tipo de coisa pode levar àqueles que cegamente acreditam nas pregações supostamente baseadas na Bíblia por esses mestres, lideres de dúzias, de centenas, e de milhares.
Eu me desigrejei, depois de ouvir em um culto de domingo , um pastoreco dizer aos gritos e enfase que em sua igreja, da mesma denominação em outra cidade que:
“La eu tenho trinta e cinco jovens, que com a graça de Deus, farão tudo o que eu determinar.”
Lembrei-me do “pastor"
Jim Jones que também tinha novecentos e poucos que fizeram tudo o que ele determinou – o suicídio – e os que não quiseram obedecer, foram abatidos a tiros por outros que depois se suicidaram.
Mais do que nunca a oração nossa de cada hora deve ser: Senhor criador dos céus e terra, nos livre do laço do passarinheiro, dos representantes de Lúcifer (luzes das trevas), e nos aproximarmos e levarmos quantos pudermos, da Cruz, aonde nossos pecados, maldições hereditárias ou não, foram anuladas pelo sacrifício perfeito, feito por Jesus Cristo, para nos libertar...
Deus tenha piedade de todos nós, apesar de nós mesmos.
V.D.M.I.Ae.
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