Lá no passado recente; afinal para quem tem alguns bilhões de quilômetros rodados ao redor do sol neste lindo planeta água, coisas que, de um ano atrás são de ontem; eu perpetrei alguns escritos aqui publicados sob o assunto educação.
Ta bem, e daí? Daí é que em um dos momentos agudos de nossa vida social, que é a morte sendo convocada e chamada a se fazer presente no nosso dia a dia pela violência; deveríamos como elementos (indivíduos) desse tecido social, reagir a essa mesma violência, e como seres políticos, nos unirmos para buscar a solução e ou no mínimo o encaminhamento para a busca desse caminho, e como igreja o que fazemos?
Quase dá para dizer:
-NADA.
Quando do massacre dos alunos de uma escola do Realengo-Rio de Janeiro, muito indignado pelo que vi e ouvi, não só nos meios de comunicação, como as explicações dos inúmeros especialistas de plantão, escrevi e publiquei aqui neste espaço “As pedras estão falando, quem tiver ouvidos ouça.” Que recebeu o comentário de um nossos irmãos em Cristo, que o meu texto era como um murro na cara, o que tomei como elogio, e entendo que assim o foi, e me senti feliz, pois era exatamente o que queria provocar com o referido texto, já que às vezes necessitamos de um verdadeiro murro na cara para despertarmos, mas o que vemos, todos nós acomodados, inclusive eu.
Alguém ainda ora por aqueles pais?
O que fizemos desde lá até o dia de hoje?
Sim como sociedade, fizemos a campanha do desarmamento, que no dizer de minha neta de apenas treze anos de idade, foi acolhida com a pergunta?
Será que eles (o governo por seus órgãos de segurança e de políticas sociais) não sabem ainda que bandidos e loucos não compram armas em lojas?
O que dizer dos que, cidadãos de bem, que acreditaram na entrega das armas, e depois ouviram estarrecidos a noticia de que “quatrocentas” armas de fogo foram roubadas do local onde estavam guardadas... E que até hoje, segundo me consta os ladrões e as armas não foram encontradas...
E estamos, hoje, na mídia com uma campanha que não sai de graça aos cofres públicos, alardeando aos incautos que o sistema educacional organizado, está melhorando...
Os ditos, “formadores de opinião” nesses momentos agudos, como o caso recente de um garotinho de dez anos, isso mesmo, 10 anos de idade, apanhou e levou em sua mochila o revolver do pai, e atirou na professora em plena sala de aula, na frente de todos os demais colegas; em seguida saiu para o corredor e deu um tiro em sua própria cabeça...
Por oportuno, a professora está fora de perigo, mas o indigitado garoto morreu...
Todos os meios de comunicação passaram horas seguidas a fazer a pergunta a todos os entrevistados:
O que teria levado a um menino de 10 anos a fazer isso.
Sem nenhuma ironia, já que o caso é por demais tétrico para isso, vamos pensar juntos:
1) Fez isso, pois tinha um revolver a disposição.
2) Fez isso, pois me parece, salvo melhor juízo, que lhe ensinaram a ser educado, estudioso, mas quer me parecer que o valor da vida, a dele mesmo, não lhe foi colocado a frente.
3) Fez isso, pois é isso que se vê na maioria dos jogos de vídeo game, e nos programas televisivos, onde a vida vale nada diante dos interesses de alguns personagens.
A televisão apresentando o absurdo de um texto de uma novela, -Malhação- em um capítulo desta semana, quando o personagem- Nelson- conversando com os dois filhos diz:
--“Casamento é muito bom, pois a mulher, lava, passa, arruma a casa, cozinha a nossa comidinha, cuida de nossa roupa e ainda é um parque de diversões ambulante. (este dialogo não é literal, mas o sentido foi esse, e os filhos do dito personagem orientam o pai a colocar no perfil que vai postar; procurando uma namorada, a mentir quanto ao seu estado civil:
“Pai não coloca solteiro, coloca ai que é casado, as mulheres se amaram em homens casados.”
Esse é o valor da vida que inculcamos nos espectadores dessa novela, assistida por uma maioria de jovens, que as mulheres são meros parques de diversão.
Basta isso para entendermos o que esta acontecendo em nossa sociedade? Ou teremos que conviver e viver com coisas como o que aconteceu com essa pobre criança que devia estar ainda a brincar, e estudar... mas morreu.
Volto alertar aqui, não me venham com chorumelas de que “a televisão não influencia os nossos jovens dessa maneira”
Volto a fazer o desafio, avisem as empresas que parem de gastar as fortunas que gastam para anunciar em trinta segundos os seus produtos, pois ninguém irá comprá-los só por isso.
Mas o que vimos em relação a esse garoto que morreu na escola ali em São Caetano do Sul, é que os formadores de opinião estão pedindo:
“-Vamos colocar detetores de metais nas entradas das escolas, assim os alunos não mais entrarão com armas...”
Se isso não pode ser classificado de uma estupidez inominável, não sei o que eu estou fazendo aqui.
O que me chama a atenção é que de Educação, ninguém fala.
Os erros no sistema de ensino são enormes e gritantes,todo e qualquer professor minimamente interessado em exercer sua profissão com dedicação sabe, como por outro lado em nosso sistema social os erros são maiores ainda, é muito comum alguém com alguma habilidade física, sem nenhum preparo formal, acabar recebendo salários absurdamente altos, sob a alegação de que sua carreira tem que ser bem remunerada, pois dura pouco.
O que dizer de um garoto que passa cinco anos no estudo de medicina, faz mais dois ou três anos de residência médica, afora os oito anos do seu ensino fundamental e três de seu ensino médio, para poder ingressar na profissão; considerando esses dados podemos constatar que esse jovem só vai estar apto para sua carreira aos vinte e sete ou vinte e oito anos.
Vai trabalhar em um, ou em mais de um hospital ou uma clinica e irá receber por consulta e ou procedimentos, trinta ou quarenta reais, com um salário básico de seis mil ou sete mil reais por mês quando trabalha em para o serviço público, se não for isso será pouco mais, se não for menos.
Terá em suas mãos a vida ou a morte de seus clientes.
Onde está a justiça? Não é importante o quanto ganha aquele, o esportista; mas a questão é, o quanto ganha este...
Sem considerar que professor é a última carreira almejada por um estudante, salvo por verdadeira vocação.
Andou colado nos pára-brisas de muitos automóveis,por este país afora, a frase de efeito, que eu temo chamar em frases de defeito, tais como:
“Sem advogados não há justiça”
“Sem farmacêutico não há remédio”
“Sem médico não há saúde”
Diante disso, criei e divulguei sem muito sucesso a frase com o mesmo objetivo; valorizar uma classe, que me parece não quer ser valorizada:
“Sem professor, não há médico, advogado, farmacêutico, só políticos”
A coisa continua assim, de educação ninguém fala.
Daquele tipo de educação tratada nos textos aqui publicados, tais como:
Aprender como? Se não nos ensinam; ou será que queremos aprender?
Educar, como se faz isso? Palavra
Como ensinar? Palavra
Doceo, docui,docere, Educar...!!! Drama dos dias de hoje.
Educação? Qual? A da porrada, a da permissividade... Palavra
Evidente, não sou dono da verdade, mas com certeza, vivi a minha vida, lutei o quê pude ou talvez nem tanto, tratei os meus e os meus alunos dentro do espírito ético e acima de tudo cristão.
Dói-me ver o rumo que estamos tomando como cristãos e como pessoas que dizem boca para fora que Deus é conosco; que estamos convertendo muitos para a verdade do Reino de Deus. Sic est.
Mas a verdade está adentrando por nossas portas, crescemos em número dos ditos evangélicos, mas a violência em nossas cidades cresce em proporção muito maior, onde está o nosso testemunho? Onde está a conversão? Onde está o ame o teu próximo?
“Vós sois a luz do mundo...
“Os que vivem de acordo com a verdade procuram a luz, a fim de que possa ser visto claramente que suas ações são feitas de acordo com a vontade de Deus”
Quando afinal iremos falar a sério de educação, que quer você queira ou não, começa no primeiro choro de seu filho, prossegue no cuidar diuturnamente dele, abraçá-lo, conversar com ele, mesmo quando ainda ele não saiba fazê-lo, ouvir os seus reclamos, pedir desculpas para seu filho quando você estiver equivocado, não comprar a sua obediência, bons resultados escolares com presentes, mostrar a ele o caminho da vida que você trilha na sua casa, no seu emprego, na sua igreja, com seus vizinhos, com seus parentes até mesmo com aqueles mais chatos, pois atentem bem:
Isso é educar, a escola, essa tem a função de ilustrar o seu filho e não educá-lo, isso Deus colocou em suas mãos...
Já esta passando o tempo para uma atitude mais comprometida com a Verdade do Reino de Deus, nestes primeiros anos de nossas vidas que é eterna, para o bem ou para o sofrimento.
Deus possa se apiedar de cada um de nós,
V.D.M.I.Ae.