A cada dia que passo na superfície desta magnífica casa
espacial que o Sr nosso Deus houve por bem criar para nos colocar e confiar ao
nosso cuidado, agora que já estou por completar as setenta e três órbitas me sinto
um pouco uma “avis rara subalbida”.
Eu explico, depois de tanto tempo
decorrido em meio a um mar de gente, no serviço, trabalhando e por um longo
tempo chefiando, portanto responsável por muitas coisas e pessoas, tendo que harmonizar
interesses individuais, com objetivos de interesse do grupo, política da
empresa, recebendo toda a sorte de pressões, buscando tornar bastante agradável
o local de trabalho nunca esquecendo que ali estavam pessoas havidas de sucesso
a todo custo, inclusive em pisar-nos outros, tendo que conciliar coisas como
férias (todos querendo gozá-la no verão) tendo que atender a todos inclusive a
empresas. Nunca foi possível atender a todos, pois somente quatro poderiam sair
de férias em um determinado mês.
Quando adquiri meu primeiro posto
de mando, me velho pais cuja memória procuro reverenciar chamou-me à parte e
disse:
--Mandar, qualquer idiota pode
fazer; chefiar exige sabedoria e respeito.
Assim sempre me conduzi.
Entendia então, como alias, ainda
entendo que religião é uma coisa que tem que fazer parte intima do meu ser.
Religião nunca foi sob minha
ótica algo para ostentar, tabuleta para se pendurar na roupa, não era algo que possuía
regras exclusivas e excludentes, as famosas regrinhas do pode e não pode,
Religião não era para mim, e para
aqueles de quem bebi ensinamentos, algo que me distinguisse dos demais, eu
sempre entendi que tinha por obrigação ser o sal do mundo, sinceramente, nunca
consegui em uma refeição bem equilibrada e saborosa; ver o sal, mas senti-lo
deliciosamente se misturando com os sabores particulares de cada um dos
alimentos.
O que nos era frisado que a
santidade era uma caminhada, um crescimento, um objetivo a ser alcançado, não era
algo imediato e ou instantâneo.
Deus era nosso pai, por adoção através
de Jesus Cristo, nosso salvador, se assim o aceitamos, a nossa vida continuava
sob nossa responsabilidade pessoal, as perguntas que nós os jovens fazíamos,
não eram do tipo:
Posso beber? Posso fumar?
Posso me tatuar?
Recordo-me muito bem que a
construção das perguntas era diferente;
Convém que eu beba? É conveniente
que eu fume? Qual a consequência de fazer uma tatuagem?
Quando me dirigia a meu pai, na
busca de um dialogo, não o fazia com posições pré-estabelecidas como o fazem o
jovens de hoje (dez anos como professor, respaldam essa minha visão).
Alguém que esteja neste momento
lendo estas mal digitadas linhas poderá não concordar, alegando que essa era
uma atitude pessoal, eu posso e vou negar isso, tínhamos nosso grupo de amigos
e era assim que agíamos e pensávamos.
Nossos pais, o padre e ou o
pastor e nossos conhecidos mais velhos eram pessoas nas quais depositávamos
muito respeito.
Lembro-me de uma tarde quando me
aproximei de um grupo de amigos de meu irmão, tinha na época uns oito anos de idade, e é bom lembrar que entre meu irmão
e eu haviam nove anos de diferença; ao me aproximar do grupo que ria a bandeira
despregada, um deles me estendeu uma foto pornográfica na qual como é evidente
me liguei.
Um dos amigos de meu irmão, o
Joaquim, arrancou a foto de minhas mãos de dando um enorme empurrão no rapaz
que havia me passado a foto acrescentou:
-Pô fulano (não me ocorre o nome)
como você faz uma coisa dessas, ele é apenas uma criança, e acrescentou dirigindo-se
a meu irmão, e você não faz nada? Que respeito você tem pelo seu irmão pequeno!
Isso por si só já demonstra a
forma de pensar respeitoso que mantinha a sociedade de então, e cabe notar que na
época os evangélicos não passavam de sete a dez por cento da população.
O que temos hoje nesse arraial
chamado de evangélico, o desrespeito, a sevandice, a exploração, a falsidade, a
mentira, não me venha criticar, pois um bispo que afirma que se você diz que
aceitou Jesus e dá o dízimo, deus é
obrigado a atender tua oração, ele não faz outra coisa senão faltar com a verdade?
O que para justificar a defesa de
seus interesses diz que Jesus é o dizimo de Deus... O que ele é senão um
enganador? Dizimo de Deus, dado a quem? Ao diabo? E acreditem é o mesmo que fez
a afirmação grifada no parágrafo acima.
Afora o outro tele pregador que
diz com todas as letras que Deus não se vende, e que não podemos comprar a deus...faz sua arenga, e em determinado
momento pede o testemunho do irmão PATROCINADOR, e tome declaração de que:
“Depois que eu patrocinei meu filho,
(patrocinou o filho ou o pastorastro?) deus me abençoou e três dias depois
arranjei um emprego”.
“Eu comecei a patrocinar e uma
semana depois deus me livrou de uma doença que eu já tinha há três anos...”. E por aí vai.
E um mundo de outros mais anônimos
que auto se intitulam “Apóstolos” Patriarcas proféticos do fim do mundo ou de
uma mudança de rumo espiritual na data tridua de 12/12/12, tão a gosto dos gnósticos.
“Por minhas posições, e pelas
setenta e três órbitas que tingiram minhas parcas guedelhas (1) de branco é que
me sinto uma avis rara subalbida” uma ave rara esbranquiçada, a cada dia menos
merecedor de crédito, pela péssima cultura de desvalorizar as cabeleiras “subalbidas”.
Tenho depositado algumas ideias estapafúrdias
ou neste pedaço, tenho visto pelo registro das estatísticas que em alguns
lugares desta linda nave aos quais nunca poderia imaginar que esta sandice tem
sido lida. A todos vocês que perdem seu tempo que estas interpolações, do fundo
do coração que Deus, o criador, os abençoe abundantemente em suas vidas.
(1) Cabelos desarrumados
.
.
E saibam todos que
verdadeiramente a
V.D.M.I.Ae.
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