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domingo, 7 de julho de 2013

Pensares de uma noite insone.

Ocorrem dias em que na solidão de uma noite insone, me assaltam pensamentos que uma vez  surgidos, geram um turbilhão de outros que evoluem para caminhos a cada vez mais  in quietantes.
Os resquícios de sono que porventura ainda lutassem para prevalecer são arrastados na voragem e atirados longe.

Ainda que mantendo a escuridão total do quarto como recomendam os especialistas, ainda assim a mente esta povoada desses pensamentos e ideias, em todos os instantes mais solicitadoras de atenção que de nada vale tentar contar carneiros, pois as ideias se tornam mais e mais  substantivamente concretas.

E a noite vai caminhando na sua regularidade, a manhã se faz presente na janela do quarto e no cantar dos pássaros das árvores do meu quintal.

Solução para o caso, correr para o chuveiro e deixar a  água aquecida correr desde a cabeça aos pés, em uma tentativa de diluir as ideias e deixá-las escorrer ralo abaixo... Na verdade, o quê não ocorre.

Iniciada a faina diária as ideias são afastadas para um escaninho que creio deva haver em nosso cérebro e ali deixadas, para cuidados mais oportunos.

Alguns desses pensamentos que povoam minhas insônias são as perguntas:

-Qual a razão para nós como um povo não procurarmos imitar e ou copiar, povos e ou pessoas com um avanço  maior em itens que tanto prezamos, tais como o IDH. Etc.?

-Qual a razão para não copiarmos em nossas atitudes políticas os bons exemplos de regimes de décadas de democracia, e de honestidade a qualquer preço?

-Qual a razão para poder entender, aos setenta e quatro anos de idade, ainda escuto falar que o Brasil é o pais do futuro, e durante todo este tempo não o vi chegar. Serei eu um tipo de surdo social, analfabeto intelectual, estúpido comunitário, ou outro tipo raro de idiota sem cura?
A igreja, desde que tomei conhecimento dessa comunidade, via nela o espaço de amizade, aconchego, apoio, ensino, e crescimento promovido pela convivência comunitária, preocupação coletiva com o todo social, como um grupo cuja principal preocupação era a busca da perfeição,  (chame de santidade se quiser.) de apoio aos desvalidos e aos descapacitados, por qual razão que fora.

Mas estes remoeres notívagos, e as sombras dessas questões, não me leva a compreensão nenhuma, pois sempre esbarra em uma grande impossibilidade, tal qual fora a lei de Moises com intrincados meandros de detalhes e exigências, que nem mesmo a Cruz em seu mais profundo objetivo de resgatar o homem da certeza da morte, com o sacrifício mais do que perfeito  para o cumprimento da lei “ aquele que pecar, morrerá,”parece ter resolvido.

Evidentemente que resolveu, caso contrario esse sacrifício teria sido inútil, e desde as primeiras palavras bíblicas Deus nada faz de inútil, pois quando o faz, verifica e constata que “tudo era bom”.

Que em outras palavras cumpria o objetivo do ato criador.

Assim sendo o quê esta tão intrinsecamente arraigada em nós que em muitas ocasiões não nos permite ver o obvio?

Por exemplo, que quando falam de dar o melhor de si para Deus, transmutam o sentido de dar seu 
próprio ser (eu) no altar, consagrando ali seu ato de fé, sim fé sem adjetivos, fé  racional, fé irrestrita, fé completa e total nas mãos de Deus e não  nas mãos daquele que se diz seu representante, inclusive usurpando o atributo de Jesus, que assevera “aquele que me vê; vê ao Pai, aquele que  ouve minhas palavras estão ouvindo a palavra do Pai”.


Testemunho esse registrado sobremaneira bem, nos evangelhos, ou será que ninguém leu isso?

Desde sempre, mesmo quando muito novo, e isso já vai muito longe, não concebia que alguém necessitasse pagar por remédio para se curar...

Se pensarmos egoisticamente somente no aspecto econômico, o ser humano adquire ainda um valor ainda mais preciso e identificável. Afinal quem produz o tão almejado PIB da nação, o capital? Somente o homem?   Mas a interação entre ambos, assim um homem doente, uma sociedade doente (drogas, vícios, doenças morais e físicas, a doença da falta de preparo  e ou escolaridade, a doença da indiferença.), são empecilhos para o crescimento dessa sociedade.

Estamos caminhando a cada dia que passa para esse abismo que poderá não ter volta, uma sociedade egoisticamente  indiferente a tudo que a cerca, políticos que se julgam merecedores das benesses do estado, indiferentes ao sofrimento da sociedade que o cerca e que inclusive é a razão de seu mandato.

Políticos que visam sua perpetuação no governo, não como agremiação, mas como líderes dessas agremiações, já vivermos  décadas desses sistemas, que o único progresso que trouxeram a humanidade, foi fruto da destruição  avanços científicos que seriam alcançados em  menor tempo se não houvesse pelos líderes de então tão devotado culto a seus egos, por uma sociedade igualmente ególatra e ambiciosa, e orgulhosa de seus feitos de conquista e aniquilamento de todos aqueles que se lhes opunha.

Estamos vivendo uma quadra difícil em nossos dias, lideres que nada mais enxergam do que o ganho, os dez por cento, o por fora, governos que para satisfazem  seus apetites megalômanos, taxam, sobretaxam, aumentam e não ouvem o clamor dos que sofrem, dão esmolas, ao invés de preparar o seu povo, prometem-lhes utopias, legados, visões que não se concretizam verdadeiramente.

Falam a um povo cego e surdo à verdade. Falam daquilo que o povo quer ouvir, alimentam ilusões, enquanto isso usufruem de forma desavergonhadamente irregular de facilidades que lhes são atribuídas para melhor desempenhar suas obrigações, (falo aqui do uso para fins de lazer e ou de atividades sociais  que não lhes são atribuídas pelo mandato recebido do povo), afora milhares de outras malandrices desses senhores pais da pátria, que se arvoram em líderes que não são.
São na verdade servidores públicos como outro qualquer, variando somente a forma pela qual se tornaram tal.

Como já citei em outra publicação: Um senador da republica, mandando atrasar a saída de um trem em direção ao Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

-“Pare esse trem, eu sou um senador e estou mandando.” Ao que o chefe da estação o Sr Parioli, retrucou.

-“O senhor não passa de um “bela merda” de um servidor publico como eu, a diferença é que eu fiz um concurso público, e o senhor está um senador; ao fim do mandato o Sr vai para casa... e eu permanecerei servidos público até me aposentar”

Um povo e governantes que só vem à verdade quando ainsatisfação do povo lhes ameaça a segurança, quando pressurosamente corre a fazer o que era de mister e estava engavetado em seus gabinetes aguardando a ser ver ocasião melhor e de maior interesse seu.

Que acaba criando e interpretando ao seu interesse (revolução Bolivariana), os reclamos do povo, que vem de forma repetitiva que quer que se acabem com a roubalheira descarada, os privilégios imerecidos, os abusos dos políticos, que em cinco minutos se atribuem aumento de até sessenta por cento, e negam aos médicos, professores, policiais, aumentos de cinco por cento com a alegação de que esses aumentos comprometerão o orçamento do estado.

Querem com a PEC 33 arvorar para o senado dizer o que é ou não constitucional, fazerem aqui o que foi feito na Bolívia, quando ao arrepio da Constituição, o Senado decidiu que o impedimento constitucional não se aplicava ao senhor Maduro, esta PEC e o Plebiscito que se aprovado conseguira fazer em nossa terra o que o Senhor Che Guevara, não conseguiu com sua guerrilha nas mesma terras bolivarianas de então.

Quem esquece o passado irá pagar caro por isso, pois repetirá os mesmos erros.
Essas e muitas outras perguntas tem assombrado minhas noites insones.

Sou um refinado simplório de nada ou quase nada adiantam essas noites mal dormidas.

Assim como estas linhas que se perderão no emaranhado desta máquina maravilhosamente maluca que é a internet.

Mas ao menos quando estou digitando estes textos que à vezes me parecem descabidos e sem nexo, é o momento que exorcizo esses  fantasmagóricos pensamentos.

Deus tenha piedade de mim e deste sofrido e enganado povo brasileiro.

V.D.M.I.Ae.

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